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Mundos Aquáticos Habitáveis – Space Today TV Ep.1346

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Dos mais de 3700 exoplanetas descobertos até hoje, cerca de 50 possuem um diâmetro entre o tamanho de Marte e algumas vezes o tamanho da Terra e residem na chamada zona habitável da sua estrela.

A zona habitável é definida como sendo a distância da estrela onde é possível ter água líquida na superfície do exoplaneta, e como sempre falamos, esses são os locais mais propícios para se procurar por vida, ou para ser habitável ou para se ter vida.

Porém, quando um exoplaneta tem uma porcentagem muito alta de sua massa, dezenas por cento, como sendo de água, e se ele não tem uma atmosfera com gás hélio e hidrogênio, esse exoplanetas é chamado de um mundo aquático, lembra o primeiro planeta visitado pelos astronautas em interestelar? Então mais ou menos isso.

E isso não é bom, por incrível que possa parecer, ter somente água num planeta, sem uma superfície terrestre é algo muito ruim para a habitabilidade.

É a presença de uma superfície terrestre que faz com que aconteça no planeta o chamado ciclo carbonato-silicato.

É nesse ciclo que o gás dióxido de carbono é equilibrado entre a atmosfera e o interior do planeta. O dióxido de carbono é tido como essencial para que o planeta mantenha uma temperatura hospitaleira na superfície do planeta, lembrando que tem que estar em equilíbrio.

Quer dizer então que esses mundos aquáticos podem ser excluídos de qualquer busca por vida?

Não necessariamente.

Um grupo de pesquisadores resolveu estudar os mecanismos físicos e geológicos nos mundos aquáticos e descobriu algo muito interessante.

Quando a pressão do dióxido de carbono atmosférico é alta o suficiente, o gelo do mar pode ficar enriquecido com outros elementos químicos além da água, e pode afundar no oceano.

Quando isso acontece tem-se início uma corrente planetária que reequilibra a pressão do gás de uma maneira parecida com o ciclo carbonato-silicato.

Mas como na vida não existe almoço grátis, nem mesmo em estudo de exoplanetas, para que isso aconteça, o planeta precisa ter uma velocidade de rotação 3 vezes maior que a da Terra (imagina os terraplanistas nesse exoplanetas o que não iam falar…hahaha).

Isso permitiria o desenvolvimento de uma calota polar o que produziria um gradiente de temperatura no oceano o que ajudaria a manter o mecanismo.

Além disso esse mecanismo geraria um ciclo de congelamento e descongelamento necessário para a evolução da vida em mundos aquáticos de acordo com a química prebiótica.

Para finalizar eles ainda calcularam uma nova zona habitável, e para estrelas parecidas com o Sol, essa zona habitável cairia na borda da zona habitável normal.

Porém, novamente, não tem almoço grátis, planetas que orbitam muito próximos suas estrelas, estrelas bem pequenas normalmente e são gravitacionalmente travados, não teriam a menor chance e poderiam ser excluídos sim da busca por vida ou habitabilidade.

Fonte:

https://phys.org/news/2018-06-habitable-world-exoplanets.html

Artigo:

https://arxiv.org/pdf/1803.07717.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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