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Módulo Philae da Missão Rosetta Começa a Explorar o Cometa Depois de Um Pouso Dramático


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observatory_15010541Após o dramático pouso ocorrido no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko na última quarta-feira, o pequeno módulo Philae, da missão Rosetta, começou a explorar as suas redondezas, retornando para a Terra a primeira fotografia já feita da superfície de um cometa. Tudo leva a crer, que uma grande dose de sorte evitou que o módulo se chocasse com o cometa de forma desastrosa ou até mesmo se perdesse no espaço.

O pouso em Angilkia estava longe de ser simples e os cientistas da missão gastaram um pouco de tempo para interpretar os dados. Um dia depois, uma imagem mais clara está emergindo.

Pouco depois de pousar às 13:03 hora de Brasília, do dia 12 de Novembro, sinais do Philae revelaram que ele tocou o cometa e então sofreu um rebote, voltando para o espaço. Como o sistema de ancoragem por meio de arpões do módulo não funcionou, o Philae não foi capaz de se prender na superfície empoeirada do cometa.

Após o rebote inicial, o Philae viajou por um quilômetro de volta ao espaço, levando cerca de duas horas para retornar a superfície do cometa a aproximadamente 1 km longe do local original de pouso, reboteando na superfície novamente antes de estabilizar. Agora os cientistas acreditam que o Philae está estável no anel de uma cratera.


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Com relação às novas imagens enviadas de volta pela câmera panorâmica do Philae, Stephan Ulamec, Gerente do Módulo de Pouso Philae, disse, “nós podemos estar em qualquer lugar no anel dessa cratera, o que poderia explicar essa bizarra…orientação que nós estamos vendo”. O local de pouso final do Philae está indicado no gráfico acima.

O fato do Philae estar transmitindo fotos sugere que o módulo está trabalhando como desenhado, mas existe um pequeno problema.

O Philae tem uma bateria de vida limitada de cerca de 60 horas e os planejadores da missão desenharam a sonda e selecionaram um local de pouso para maximizar a quantidade de luz do Sol que poderia ser coletada pelo gerado solar do Philae. Contudo, o módulo, não pousou no local certo, aparentemente parando no lado de um talude, potencialmente no anel de uma cratera.

A telemetria recebida pelo Centro de Operações Espaciais da ESA em Darmstadt, na Alemanha, indica que o módulo parou num talude, ou que pode ter parado no lado. Olhando as novas imagens panorâmicas que estão sendo enviadas de volta, uma das três pernas do Philae parece não estar em contato com a superfície do cometa.

Atualmente, o módulo está recebendo somente 1.5 horas de luz do Sol para cada 20 horas de rotação do cometa, o que é insuficiente para manter as baterias carregadas além do final de semana.

“Nós temos estimativas agora que o desligamento do Philae, deve ocorrer entre Sexta a tarde e Sábado a tarde”, disse Paolo Ferri, Chefe de Operações da Missão da ESA. “Tudo depende das atividades, é claro. Quanto mais atividades foram feitas, o Philae consumirá mais bateria, e assim terá menos tempo de vida”.


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Considerando que os arpões do Philae não funcionaram durante o pouso inicial, qualquer dado científico que o módulo transmitir agora, será um bônus. Atualmente, as câmeras do módulo estão trabalhando e os dados científicos estão sendo registrados. A menos que os cientistas trabalhem em como reposicionar o robô, de modo que ele possa se mover para longe da sombra do talude, nós temos que assumir que o Philae só terá 2 dias de vida.

Infelizmente, sem todas as pernas em contato com a superfície, é pouco provável que a furadeira da missão – que é desenhada para acessar o material bruto abaixo da superfície e coletar amostras para análises – será utilizada. Mas caminhando para o fim previsto da janela de vida da bateria, os cientistas da missão pode ter que tomar a decisão de alto risco de tentar fixar a terceira perna e tentar ajustar tudo para uma operação de perfuração antes que a bateria do Philae, acabe.

“Essa é uma típica decisão operacional”, disse Ferri. “Você adquiri tudo que puder primeiro, e então toma a decisão de risco – você só toma essas decisões no fim”.


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Fonte:

http://news.discovery.com/space/rosettas-philae-explores-comet-after-bumpy-landing-141113.htm

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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