Como entender o que acontece na Lua, como as crateras são formadas, de modo seguro e sem precisar esperar por milhões de anos para testemunhar um choque que gera determinadas feições de interesse? Alguns cientistas têm essa resposta pois conseguem modelar os impactos que atingem nosso satélite natural. Esses cientistas usam as facilidades do NASA Ames Vertical Gun (instrumento mostrado na imagem da esquerda), que consegue atirar projéteis modificados a uma velocidade proporcional à velocidade atingida pelos projéteis que se chocam com a Lua e assim é possível entender como determinadas feições se formaram, como por exemplo, as crateras secundárias. O mecanismo é o seguinte, o projétil é atirado a uma velocidade de 5.2 km/s em diferentes superfícies e pode-se observar o que acontece quando ele colide com essas superfícies, as vezes ele é partido e essa parte gerada em um primeiro impacto viaja um pouco mais gerando um impacto secundário. Por exemplo, atirou-se um projétil em uma placa de alumínio curva (A) e em uma placa plana (B). Observando os resultados os cientistas descobriram que na superfície curva o projétil decapitado viaja um pouco mais e forma uma segunda cratera de impacto, enquanto que na placa plana o que acontece é uma modificação na parede da cratera. As marcas de polimento vistas em B correspondem a áreas similares observadas no Mare Crisium na Lua, nas áreas marcadas em C e D na imagem a direita. Esse tipo de ensaio também fornece explicações alternativas para a nossa ideia do duplo impacto do Mare Moscoviense também. A cratera Petavius-B é um exemplo de cratera em forma de seta formada por um impacto oblíquo por esse modelo. Na semana de 7 a 11 de Março aconteceu o Lunar and Planetary Science Conference, tudo sobre o evento incluindo os resumos apresentados podem ser encontrados aqui: http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc2011/ O artigo abaixo descreve em detalhes o experimento de modelagem das crateras lunares.
Fonte:
http://lpod.wikispaces.com/March+12%2C+2011