Hoje, terça-feira, dia 10 de agosto de 2021, a cápsula de abastecimento da estação espacial Cygnus, da empresa Northrop Grumman será lançada desde Wallops na Virginia a bordo do foguete Antares direto para a ISS.
A nave cargueira que recebeu o nome de S.S. Ellison Onizuka, em homenagem a um dos astronautas que morreram no acidente do Ônibus Espacial Challenger, está carregada com 3723 kg de suprimentos e experimentos para a estação.
A Cygnus está programada para ser lançada do PAD 0A no Mid-Atlantic Regional Spaceport na Ilha de Wallops na Virginia, às 18:56:05, no horário de Brasília, dessa terça-feira, dia 10 de agosto de 2021, a janela de lançamento irá durar 5 minutos.
O foguete Antares com 42.5 metros de altura irá levar a Cygnus até a órbita da Terra. O foguete de dois estágios já se encontra na plataforma de lançamento.
A missão de reabastecimento da Northrop Grumman, denominada NG-16, será a sexta missão de carga para a estação espacial a ser realizada pela nave Cygnus desde 2013. Será o décimo quinto lançamento do Antares, que sofreu uma falha nas 14 missões anteriores.
Os dois motores russos RD-181 do primeiro estágio do Antares serão ligados 3.7 segundos antes do lançamento. Depois os motores serão acelerados até potência máxima, os parafusos serão soltos e o foguete começará a subir os céus.
Os motores RD-181 irão produzir cerca de 864000 libras de empuxo para fazer o foguete seguir para sudeste desde Wallops.
Cerca de 3 minutos e 24 segundos após o lançamento, o Antares irá liberar seu primeiro estágio de combustível líquido, seguindo logo depois da separação da coifa e do adaptador interestágio. O estágio superior Castor 30XL movido a combustível sólido irá entrar em ignição 4 minutos e 7 segundos depois do lançamento e irá queimar por cerca de 3 minutos, para injetar a cápsula Cygnus numa órbita preliminar rumo a ISS. A nave de carga Cygnus está programada para ser liberada do segundo estágio do Antares, cerca de 8 minutos e 52 segundos após o lançamento.
A Cygnus irá abrir seus painéis solares algumas horas depois do lançamento, permitindo que a nave possa começar a carregar suas baterias para a viagem de 1 dia e meio até a estação. A astronauta Megan McArthur a bordo da ISS irá usar o braço robótico para capturar a nave de suprimentos, por volta das 7:10 da manhã, hora de Brasília, da quinta-feira, dia 12 de agosto de 2021.
A NASA tem um contrato multi-bilionário com a Northrop Grumman, SpaceX e a Sierra Nevada Corp. para levar carga até a ISS e também para tirar carga dela. Os dois contratos com a Northrop Grumman cobrem 19 missões operacionais de carga até 2023.
Entre as cargas que estão sendo levadas pela Cygnus temos uma demonstração de tecnologia com o objetivo de entender como os futuros exploradores espaciais poderão usar materiais como o solo lunar como a matéria prima de uma impressora 3D.
Essa demonstração de tecnologia foi desenvolvida pela Redwire, e irá usar um material que simula o regolito lunar com propriedades físicas e com a composição química parecida do solo lunar.
Esse composto é um pó cinza bem fino, que irá então ser combinado com um elemento termoplástico para criar a matéria prima que será usada na impressão 3D.
O experimento foi desenvolvido em parceria com o Marshall Space Flight Center da NASA e usará as instalações comercialmente operadas pela Redwire na estação, chamada de Additive Manufacturing Facility. A Redwire disse que essa é a primeira vez que um material desenvolvido para imitar o solo lunar será usado por uma impressora 3D no espaço.
Os equipamentos para a demonstração de impressão 3D no espaço que estão sendo lançados a bordo da missão NG-16 incluem cabeças de impressão e 3 superfícies de impressão.
Amostras do material impresso na ISS durante essa demonstração de tecnologia retornarão para a Terra para análises futuras.
A NASA e empresas comerciais estão interessadas na tecnologia de impressão 3D que poderia ajudar na manufatura de componentes e de infraestrutura na superfície da Lua. Exploradores da Lua no futuro poderiam construir seu próprio equipamento lá na Lua ao invés de levar tudo da Terra, o que diminuiria drasticamente o peso, e portanto o custo das missões.
A missão NG-16 também irá levar para a ISS partes para o banheiro da estação, um rack de arrumação para câmara de descompressão e ventiladores de resfriamento para o sistema de suporte a vida da estação.
A nave Cygnus também irá levar um “mod kit”, para configurar a estrutura de energia solar da estação para a chegada do próximo par de painéis solares que deve acontecer no final do ano de 2022. Os primeiros dois painéis solares novos da ISS foram levados ao espaço pela cápsula Dragon da SpaceX, o que deu início então ao processo de atualização que irá expandir a geração de energia do laboratório para mais uma década de operação.
Os astronautas irão instalar o “mod kit” na grande estrutura de energia da estação antes da chegada dos novos painéis.
Além disso, outras cargas que estão sendo enviadas na missão NG-16 para a ISS incluem uma pesquisa biomédica que irá tentar investigar a perda muscular na microgravidade, e um experimento para testar um sistema de controle térmico mais eficiente que poderia ser usado para dissipar o calor em futuras espaçonaves.
A Cygnus está programada para se manter acoplada com a ISS pelos próximos 3 meses.
Depois de deixar a estação em novembro de 2021, a Cygnus irá entrar pela atmosfera e queimar sobre o Oceano Pacífico Sul, isso irá queimar na atmosfera toneladas de lixo trazido do espaço.
Um dos últimos experimentos da missão será testar uma tecnologia de escudo de calor usando três pequenas cápsulas presas dentro da Cygnus.
Quando a Cygnus se romper durante a reentrada, as cápsulas serão jogadas na atmosfera protegidas por escudos de calor feitos de diferentes materiais.
Liderado por engenheiros da Universidade do Kentucky, o experimento irá coletar dados dos sensores presos em cada escudo de calor de cada cápsula. As medidas serão transmitidas de volta para a equipe de ciência através da rede de satélites Iridium.
Os desenvolvedores dos três experimentos de reentrada disseram que os dados ajudarão a validar modelos computacionais usados no design de sondas espaciais.
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