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15 de novembro de 2024

Missão NEOWISE da NASA Detecta Gases de Carbono nos Cometas

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Após o seu lançamento em 2009, a sonda NEOWISE da NASA já observou 163 cometas durante a missão primária WISE/NEOWISE. Essa amostra do telescópio espacial representa a maior pesquisa infravermelha de cometas já feitas até o momento. Os dados dessa pesquisa estão dando uma nova ideia sobre a poeira, o tamanho dos núcleos do cometa, e a taxa de produção dos gases difíceis de serem observados como dióxido de carbono e monóxido de carbono. Os resultados do censo do NEOWISE dos cometas foram recentemente publicados no Astrophysical Journal.

O monóxido de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2) são moléculas comuns encontradas no ambiente do início  do Sistema Solar, e nos cometas. Na maior parte das circunstâncias, a sublimação do gelo de água provavelmente guia a atividade nos cometas quando eles chegam perto do Sol, mas em distâncias maiores e em temperaturas mais frias, outras moléculas como o CO e o CO2 podem ser os principais guias. O dióxido e o monóxido de carbono são moléculas difíceis de serem detectadas da terra, devido a abundância dessas moléculas na própria atmosfera terrestre que podem obscurecer o sinal. A sonda NEOWISE vaga além da atmosfera da Terra, fazendo essas medidas dos gases emitidos pelos cometas possíveis.

“Essa é a primeira vez que nós observamos essa grande evidência estatística do monóxido de carbono obtida enquanto o gás do cometa é emitido quando ele está mais distante do Sol”, disse James Bauer, vice-principal pesquisador da missão NEOWISE do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, e autor do artigo. “Emitindo o que é provavelmente monóxido de carbono além de 4 Unidades Astronômicas, ou seja, 600 milhões de quilômetros, isso nos mostra que os cometas podem ter guardado a maior parte dos gases quando eles se formaram, e ficaram ali guardados por bilhões de anos. A maioria dos cometas que nós observamos ativos além das 4 Unidades Astronômicas, são cometas de períodos longos, cometas com períodos orbitais maiores que 200 anos que gastam a maior parte da sua vida além da órbita de Netuno”.

Enquanto que a quantidade de monóxido de carbono e dióxido de carbono aumentam com relação à poeira à medida que o cometa chega mais perto do Sol, a porcentagem desses dois gases, quando comparados a outros gases voláteis, diminui.

“Quando eles chegam mais perto do Sol, esses cometas parecem produzir uma quantidade prodigiosa de dióxido de carbono”, disse Bauer. “Na média os cometas amostrados pela NEOWISE expelem dióxido de carbono suficiente para fornecer uma bolha de potência para milhares de latas de refrigerante por segundo”.

A missão NEOWISE caça os NEOs, os Objetos Próximos da Terra, usando a sonda Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE). Financiada pela divisão de ciência Planetária da NASA, o projeto NEOWISE usa imagens feitas pela sonda para observar por asteroides e cometas, fornecendo, uma rica fonte de medidas dos objetos do Sistema Solar nos comprimentos de onda do infravermelho. Essas medidas incluem linhas de emissão que são difíceis ou impossíveis de serem detectadas diretamente da Terra.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4776

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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