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24 de novembro de 2024

Missão Kepler da NASA Anuncia a Descoberta de 715 Novos Exoplanetas – Uma Verdadeira Mina de Ouro

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observatory_150105A missão Kepler da NASA, anunciou, nessa quarta-feira, dia 26 de Fevereiro de 2014 a descoberta de 715 novos exoplanetas. Esses novos mundos verificados orbitam 305 estrelas, revelando sistemas multi-planetários parecidos com o nosso Sistema Solar.

Aproximadamente 95 por cento desses planetas são menores que Netuno, que tem aproximadamente quatro vezes o tamanho da Terra. Essa descoberta marca um significante aumento no número dos exoplanetas pequenos conhecidos, mas parecidos em tamanho com a Terra do que os exoplanetas anteriormente identificados.

“A equipe do Kepler continua a nos maravilhar e a nos animar com seus melhores resultados da caçada de planetas”, disse John Grunsfeld, administrador associado para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. “O fato desses novos planetas e novos sistemas solares se parecerem com o nosso, prenuncia um grande futuro quando tivermos o Telescópio Espacial James Webb no espaço, pronto para caracterizar os novos mundos”.

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Desde a descoberta dos primeiros planetas fora do nosso Sistema Solar, a aproximadamente duas décadas atrás, a verificação tem se tornado um processo muito laborioso, feito, planeta a planeta. Agora, os cientistas têm uma técnica estatística que pode ser aplicada a muitos planetas de uma vez, quando eles são encontrados em sistemas que abrigam mais de um planeta ao redor da mesma estrela.

Para verificar essa quantidade de planetas, uma equipe de pesquisa co-liderada por Jack Lissauer, cientista planetário no Ames Research Center da NASA em Moffett Field, na Califórnia, analisou estrelas com mais de um planeta potencial, todos aqueles que foram detectados nos primeiros dois anos de observações do Kepler, entre Maio de 2009 e Março de 2011.

A equipe de pesquisa usou uma técnica chamada de verificação por multiplicidade, que usa parte da lógica da probabilidade. O Kepler observou 150000 estrelas e descobriu que poucas milhares dessas estrelas possuem candidatos a planetas. Se os candidatos fossem aleatoriamente distribuídos entre as estrelas do Kepler, somente um punhado teria mais de um planeta candidato. Contudo, o Kepler, observou centenas de estrelas que tinham múltiplos candidatos a planetas. Por meio de um estudo cuidadoso dessa amostra, esses 715 novos planetas foram verificados.

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Esse método pode ser comparado ao comportamento que conhecemos sobre os leões e as leoas. Na nossa savana imaginária, os leões são as estrelas do Kepler e as leoas são os candidatos a planetas. As leoas algumas vezes são observadas em grupos, enquanto que os leões tendem a serem observados sozinhos. Se você vê dois leões, pode ser um leão e uma leoa, ou pode ser dois leões. Mas se mais de dois grandes felinos estão juntas, então é bem provável que seja o leão e seu orgulho. Assim, através da multiplicidade as leoas podem ser identificadas com segurança da mesma maneira que múltiplos candidatos a planetas podem ser encontrados ao redor de uma mesma estrela.

“Quatro anos atrás, o Kepler começou uma corrente de anúncios das primeiras centenas e então milhares de candidatos a planetas – mas eles eram somente candidatos”, disse Lissauer. “Nós agora desenvolvemos um processo para verificar múltiplos planetas candidatos a granel para entregar planetas no atacado, e usar isso para revelar uma verdadeira mina de ouro de novos mundos”.



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Esses sistemas multi-planetários são um solo fértil para estudar planetas individuais e a configuração das vizinhanças planetárias. Isso nos fornece pistas sobre a formação dos planetas.

Quatro desses novos planetas tem menos de 2.5 vezes o tamanho da Terra e orbita a zona habitável de suas estrelas, definida como o intervalo de distância de uma estrela onde a temperatura da superfície de um planeta pode permitir que exista água no estado líquido.


Um desses novos planetas em zona habitável, o chamado Kepler-296f, orbita uma estrela com metade do tamanho e com 5 por cento do brilho do nosso Sol. O Kepler-296f tem o dobro do tamanho da Terra, mas os cientistas não sabem se o planeta é um mundo gasoso, com um espesso envelope de hidrogênio-hélio, ou é um mundo de água envolto por um profundo oceano.

“Desse estudo nós aprendemos que os planetas nesses múltiplos sistemas são pequenos e suas órbitas são achatadas e circulares – lembrando panquecas – e não possuem a visão clássica de um átomo”, disse Jason Rowe, pesquisador no SETI Instituute em Mountain View, na Califórnia e co-autor da pesquisa. “Quanto mais exploramos mais nós encontramos traços familiares de nós mesmos entre as estrelas que nos lembram de casa”.


Essa última descoberta leva a contagem de planetas confirmados fora do Sistema Solar a quase 1700. Ã medida que nós continuamos a alcançar as estrelas, cada descoberta nos leva um passo mais perto de um entendimento mais preciso do nosso lugar na galáxia.

Lançado em Março de 2009, o Kepler é a primeira missão da NASA destinada a encontrar planetas potencialmente habitáveis do tamanho da Terra. As descobertas incluem mais de 3600 candidatos a planetas, dos quais 961 já foram verificados.


Os artigos que descrevem as descobertas e que serão publicados na edição de 10 de Março de 2014 do The Astrophysical Journal estão disponíveis para download, em: http://www.nasa.gov/ames/kepler/digital-press-kit-kepler-planet-bonanza

O Ames é responsável pelo conceito da missão Kepler, pelo desenvolvimento dos sistemas de solo, pela operação da missão e pela análise científica dos dados. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, gerencia a missão Kepler. A Ball Aerospace & Technologies Corp. em Boulder, no Colorado, desenvolveu o sistema de voo do Kepler e suporta as operações da missão com o Laboratory for Atmospheric and space Physics na Universidade do Colorado em Boulder. O Space Telescope Science Institute em Baltimore, arquiva, abriga e distribui os dados científicos da missão Kepler. O Kepler é a Décima Discovery Mission da NASA e foi financiado pelo Science Mission Directorate da Agência. O Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia o JPL para a NASA.


Para mais informações sobre o Telescópio Espacial Kepler, visitem: http://www.nasa.gov/kepler

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2014-062

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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