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Lembra que eu tenho falado para vocês esses dias, que uma das coisas mais complicadas que se tem, é conhecer a Via Láctea, pois nós estamos dentro dela?
Pois bem, para podermos ter uma ideia de como é a nossa galáxia, existe hoje uma missão que ajuda muito os astrônomos.
Essa missão é da Agência Espacial Europeia e se chama Missão Gaia.
O objetivo da missão Gaia, é medir com a maior precisão até o momento, a posição, o movimento, e algumas outras propriedades da maior quantidade possível de estrelas na nossa galáxia.
Quando se faz esse mapeamento, é possível obter informações cruciais sobre a forma, a estrutura, a movimentação das estrelas, tudo aquilo que é necessário para conhecer a nossa galáxia.
Essa missão, de tempos em tempos lança um catálogo de dados, com as medidas que ela fez.
Dois desses catálogos já foram lançados, e hoje, dia 3 de dezembro de 2020, foi liberado o chamado Early Data Release 3, ou seja, uma parte preliminar do terceiro catálogo da missão Gaia.
A missão foi lançada em 2013, e começou a operar no ponto de Lagrange L2, em julho de 2014.
Então em setembro de 2016 ela lançou o primeiro pacote de dados e em abril de 2018, o segundo pacote de dados.
O terceiro pacote completo deve ser lançado no começo de 2022.
Até agora, mais de 3600 artigos científicos foram escritos com os dados liberados pela missão Gaia.
Vamos falar um pouco sobre o que temos nesse catálogo.
Primeiro, a posição precisa de 1 811 709 771 estrelas com magnitude entre 6 e 20.
Da maior parte dessas estrelas se tem também o brilho calculado com precisão.
Existe um subconjunto de dados com 1 467 744 818 estrelas com o movimento e as medidas de paralaxe muito precisas.
Esses números fazem com que esse catálogo seja 30% mais preciso que o anterior e o movimento das estrelas estudado com o dobro de precisão.
Além disso, ainda se tem informações sobre 1.6 milhão de quasares.
Já é tradição dos catálogos da Gaia o estudo relativo às galáxias satélites, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, com a informação sobre a cor das estrelas foi possível revelar que tanto estrelas jovens e velhas estão presente na ponte que liga essas duas galáxias satélites.
Já a informação sobre o movimento das estrelas permitiu que se pudesse detectar que na Grande Nuvem de Magalhães as estrelas giram de maneira ordenada, enquanto que na Pequena Nuvem de Magalhães elas parecem fluir em direção à ponte que liga as galáxias.
Isso mostra como as galáxias interagem entre si e como estão interagindo com a Via Láctea.
A cor e o movimento das estrelas ajudou os astrônomos a distinguir as estrelas que pertenciam à antiga Gaia-Enceladus, um galáxia que se fundiu com a Via Láctea, entre 8 e 11 bilhões de anos atrás.
Outro resultado impressionante da missão Gaia foi ter conseguido medir a aceleração do Sistema Solar, que é de 7 milímetros por segundo por ano, uma astrometria realmente extrema feita pela Gaia.
E para finalizar por aqui, a missão Gaia produziu um subconjunto com 331312 estrelas que estão localizadas digamos no quintal do nosso Sol, até 326 anos-luz de distância do Sol.
Esse censo está 95% completo com esse novo catálogo da Gaia.
Os dados foram divulgados hoje, numa rede mundial de lives em diferentes planetas e em diferentes línguas.
Os dados estão disponíveis para acesso, e 5 artigos foram pubilcados na Astronomy and Astrophysics relatando esse novo catálogo.
Os astrônomos agora esperam 2022 para que o catálogo 3 seja completado e que eles possam ter cada vez um conhecimento ainda maior sobre a nossa galáxia.
No momento esse é o mapa mais preciso já feito da Via Láctea até hoje.
Fontes:
https://skyandtelescope.org/astronomy-news/gaia-makes-most-accurate-3d-map-of-the-milky-way-yet/
https://www.cosmos.esa.int/web/gaia/edr3-papers
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