Manequins e uma série de experimentos biológicos terão o objetivo de preparar o caminho para as futuras missões humanas, tudo isso estará a bordo da cápsula Orion da NASA durante a missão Artemis I.
Uma tripulação formada por manequins e uma série de experimentos biológicos, irão fazer uma jornada até o espaço profundo, indo mais longe do que qualquer ser humano já foi na história da exploração espacial.
Os “astronautas” e vários experimentos irão embarcar na missão Artemis I, que servirá para testar o foguete SLS da NASA e a sua cápsula Orion numa viagem até a Lua e depois de volta para a Terra. O lançamento está previsto para acontecer no dia 29 de agosto de 2022. O sistema, além de todos os testes possíveis e imagináveis que serão feitos também irá explorar o ambiente de radiação perto da Terra e perto da Lua, incluindo alcançar um ponto mais distante do que qualquer missão Apollo alcançou durante as suas missões, tudo isso vai levar mais de um mês.
Quando se viaja ao espaço profundo, e você então deixa o famoso Cinturão de Van Allen, o escudo protetor localizado perto da Terra, que protege, por exemplo, a Estação Espacial Internacional, os astronautas estão sujeitos aos raios cósmicos e toda a radiação do espaço, e se esse ambiente não for entendido ao máximo e estudado, missões de longa duração como é a ideia de se ter uma presença longeva na Lua pode gerar certos riscos indesejáveis.
Entender esse risco é importante para o sucesso e para a sustentação dos esforços de exploração no que é chamado de espaço profundo.
Dentro da cápsula Orion durante a missão Artemis I estará o chamado Matroshka AstroRed Radiation Experiment, ou MARE, que possui pesquisadores da DLR, a agência espacial alemã. O MARE irá levar dois manequins, ou melhor o dorso de dois manequins, chamados de Helga e Zohar com 5600 sensores acoplados para medir a radiação durante a viagem. No caso do manequim Zohar, ele estará usando uma vestimenta que o protege da radiação desenvolvida pela AstroRed.
Os dois “membros da tripulação” irão se juntar ao “Moonikin”, o manequim da NASA que recebeu o nome de Arturo Santos, talvez a principal pessoa durante a missão Apollo 13 que ajudou os astronautas a regressarem com vida para a Terra depois do acidente que eles sofreram no espaço. O Manequim Campos, além de levar sensores que medirão a aceleração e a vibração também terá sensores de radiação para ver o quanto de radiação uma missão até a Lua pode acumular no corpo humano.
Além dos manequins, a missão Artemis I está levando também um conjunto de células, para que se possa estudar a reação à radiação. O cubesat BioSentinel irá voar um experimento científico além do sistema Terra-Lua pela primeira vez podendo descobrir então como a radiação afeta essas células.
Os pesquisadores esperam conseguir depois extrapolar os resultados para a biologia humana e assim poder ajudar nas medidas contra o efeito da radiação nas futuras missões em que irão seres humanos para a Lua.
Os cientistas também irão continuar estudando as emissões do Sol e para isso eles irão utilizar outro cubesat, dessa vez, o chamado CuSP, ou Cubesat to Study Solar Particles. A missão irá examinar as partículas e os campos magnéticos vindos do Sol, o que também é conhecido como vento solar.
O vento solar não só tem relevância para a saúde humana no espaço, mas também na Terra, grandes eventos que ocorrem no Sol, como grandes e violentas Ejeções de Massa Coronal podem afetar as linhas de energia do planeta, os satélites e outras infraestruturas que são muito importantes para o funcionamento do nosso planeta e de nós humanos.
O CuSP será um experimento para que no futuro seja possível colocar uma verdadeira frota de cubeslts no espaço profundo para eles observarem a radiação solar de múltiplos ângulos. Com essa constelação de satélites será possível entender muito melhor todo o ambiente espacial e seus riscos, entre a Terra e a Lua.
Fonte:
https://www.space.com/nasa-artemis-1-mannequins-radiation-deep-space