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18 de novembro de 2024

Meteoro da Rússia Não Foi Nada. Vejam a Grande Procissão de Meteoros de 1913

meteor_procission_01

observatory_150105Todo mundo ficou assustado com a queda do meteoro na Rússia a uma semana atrás, mas poucos sabem o que aconteceu em 1913. Se vocês ficaram assustados com a queda daquele meteoro, leiam esse post e vejam o que aconteceu em 1913. As imagens nesse post vão tentar contar essa história. O evento é chamado de a Grande Procissão de Meteoros de 1913. A imagem acima é a mais famosa desse evento e na verdade é uma pintura feita pelo artista e astrônomo amador Gustav Hahn, mostrando a Procissão de Meteoros como foi observada no dia 9 de Fevereiro de 1913 no High Park em Toronto. Hahn estimou que as bolas de fogo passaram na metade do caminho entre a estrela Rigel e o Cinturão de Orion.

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Essa outra imagem também mostra a Procissão de Meteoros só que agora vista por Walter Haight desde Parry Sound na Georgian Bay em Ontário e que foi enviada  para Clarence A. chant na Universidade de Toronto. Haight que tentou se retratar como sendo a pequena figura de pé ao lado da cerca na parte inferior esquerda da imagem destacou que a procissão se movia vagarosamente num nível plano. Ele disse que nunca havia visto corpos nos céus se movendo de forma tão lenta e constante. Para ele essa foi a característica mais marcante desse verdadeiro espetáculo terrestre.

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Agora, o mais extraordinário dessa procissão de meteoros, o mapa mostrando onde os meteoros foram observados. No mapa acima os pontos vermelhos marcam os locais onde a procissão de meteoros de 9 de Fevereiro de 1913 foi observada. Dados dos navios nas latitudes ao sul de S.S. Newlands foram descobertos e inseridos nesse artigo. A trajetória dos meteoros projetadas na Terra em rotação desvia do grande círculo, com a parte sul da trajetória sendo desviados alguns graus para oeste devido à rotação da Terra. Para viajar a tais distâncias ao redor da curvatura da Terra, os meteoros membros da procissão de 1913 aparentemente seguiram trajetórias similares àquelas realizadas na reentrada de satélites da órbita baixa da Terra.

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A tripulação do veleiro J.C. Vinnen, um navio de quatro mastros observou a procissão de meteoros de 1913 da posição 24º29’W, 14º41’S, fazendo dele o relatório de observação mais ao sul conhecido sobre a observação das bolas de fogo.

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Diários de viagem das embarcações do início do século 20 estão preservados nos arquivos do German Meteorological Service. Essas páginas do diário de bordo do veleiro J. C. Vinnen de Fevereiro de 1913 registram as posições do navio a cada dia ao meio dia, de onde então se pode retirar à posição do navio no momento da procissão de meteoros estimando-a em 24º29’W, 14º41’S. A coluna de observações na parte direita da página descreve mais de 100 meteoros observados no dia 10 de Fevereiro enquanto eles seguiam uma trajetória no céu de Orion para o Cruzeiro do Sul.

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Essas outras páginas mostram o diário de bordo da embarcação Barthold Vinnen de Fevereiro de 1913 regsitrando as posições do navio a cada dia ao meio dia, de onde a posição do navio pode ser estimada no momento da observação da procissão de meteoros em 29º51’ W, 9º36’S. A coluna de observações na parte direita da página descreve um estranho espetáculo da natureza em 10 de Fevereiro quando um incontável número de estrelas cadentes apareceu ao norte de Leão e passaram vagarosamente através do céu até desaparecerem perto da constelação da Crux e Centaurus.

Fonte:

http://www.space.com/19410-100-year-meteor-mystery-photos.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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