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23 de dezembro de 2024

Messier 70 – Apertado e Brilhante

Na imagem acima, feita pelo Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA e ESA, pôde-se registrar o brilho do centro compacto do objeto conhecido como Messier 70, um aglomerado globular de estrelas. Os quartos são sempre apertados em aglomerados globulares, onde a gravidade mútua mantêm juntas centenas de milhares de estrelas em uma pequena região do espaço. Tendo muitas estrelas brilhantes empilhadas umas sobre as outras desde a nossa perspectiva faz dos aglomerados globulares um alvo popular para observadores amadores e para os cientistas também. O Messier 70 oferece um caso especial pois ele possui o que se conhece como um núcleo em colapso. Nesses aglomerados, mesmo com mais estrelas esmagadas no centro do objeto do que a média, o brilho do aglomerado aumenta de forma persistente em direção ao centro.

As legiões de estrelas em aglomerados globulares orbitam um centro de gravidade comum. Algumas estrelas mantêm órbitas relativamente circulares, enquanto outras rodeiam as franjas do aglomerado. À medida que as estrelas interagem umas com as outras, com o passar do tempo, as estrelas mais leves tendem a aumentar a velocidade e migrarem em direção às bordas do aglomerado, enquanto as estrelas mais pesadas se concentram em órbitas ao redor do centro do aglomerado. Esse efeito produz os centros mais densos e mais brilhantes característicos dos aglomerados de núcleo colapsado. Aproximadamente um quinto dos mais de 150 aglomerados globulares existentes na Via Láctea possuem o núcleo colapsado.

Embora muitos aglomerados globulares vivam nas bordas da galáxia, o Messier 70 tem uma órbita próxima do centro da Via Láctea, aproximadamente a 30000 anos-luz de distância do Sistema Solar. É marcante que o Messier 70 tenha se mantido unido, devdo a grande força gravitacional existente no bulbo da Via Láctea.

O Messier 70 tem somente 68 anos-luz de diâmetro e pode ser visto, de forma apagada, com binóculos nos céus escuros da constelação de Sagittarius, o Arqueiro. O astrônomo francês Charles Messier documentou o objeto em 1780 como sendo o setuagésimo no seu famoso catálogo astronômico.

Essa imagem foi obtida com a Wide Field Camera da Advanced Camera for Surveys do Hubble. O campo de visão na imagem acima é de aproximadamente 3.3 por 3.3 arcos de minuto.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1215a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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