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23 de dezembro de 2024

Messier 53: Hubble Observa Um Aglomerado Globular de Estrelas Com Um Segredo Em Seu Interior


Milhares e milhares de estrelas brilhantes fazem parte desse aglomerado globular de estrelas conhecido como Messier 53, e que foi registrado nessa imagem com clareza cristalina feita pelo Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA/ESA. Unido pela gravidade, o aglomerado é aproximadamente esférico e torna-se mais denso à medida que se caminha para o seu núcleo.

Essas enormes esferas brilhantes não são raras, e mais de 150 existem somente na Via Láctea, incluindo o Messier 53. Ele localiza-se nas bordas externas da galáxia onde muitos outros aglomerados globulares são encontrados, ele está localizado a uma distância do centro da galáxia quase que igual à distância do Sol até o centro da galáxia. Embora eles sejam relativamente comuns, o famoso astrônomo William Herschel, não conhecido por sua natureza poética, uma vez descreveu os aglomerados globulares como sendo um dos objetos mais bonitos que ele se lembra ter observado nos céus, e está claro porque.

Os aglomerados globulares são muito mais velhos e maiores que os aglomerados abertos, significando que eles são geralmente esperados por conter mais estrelas vermelhas velhas e poucas estrelas massivas azuis. Mas o Messier 53 têm surpreendido os astrônomos com seu pouco comum número de um tipo de estrela chamada de bule stragglers (ou em tradução livre estrelas azuis errantes).

Essas estrelas são contraditórias em relação à teoria de evolução estelar. Espera-se que todas as estrelas em um aglomerado globular tenham se formado num mesmo período aproximadamente, assim, espera-se que elas sigam uma tendência específica imposta pela idade do aglomerado e baseada em suas massas. Mas essas estrelas azuis errantes não seguem essa regra, elas parecem ser mais brilhantes e mais jovem do que elas teriam que ser. Embora sua natureza precisa seja um mistério esses objetos pouco comuns são provavelmente formados durante o encontro, possivelmente colisões entre estrelas que povoam o centro dos aglomerados globulares.

Essa imagem foi montada a partir de observações feitas na luz visível e na luz infravermelha, ambas obtidas com o Wide Field Channel da Advanced Camera For Displays do Telescópio Espacial Hubble. O campo de visão dessa imagem é de aproximadamente 3.4 arcos de minuto de diâmetro.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1140a/


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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