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20 de novembro de 2024

Messier 5: Um Sopro de Vida Nova Em um Antigo Aglomerado

O aglomerado globular Messier 5, mostrado aqui nessa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble das agências espaciais NASA/ESA, é um dos mais velhos aglomerados pertencentes à Via Láctea. A maior parte de suas estrelas se formou a mais de 12 bilhões de anos atrás, mas existem algumas estrelas jovens inesperadas na cena trazendo uma certa vitalidade para essa população de estrelas já de certa idade.

As estrelas dos aglomerados globulares se formam no mesmo berçário estelar e envelhecem juntas. As estrelas mais massivas rapidamente esgotam seu combustível em menos de um milhão de anos e terminam sua curta vida em fantásticas explosões de supernovas. Esse processo deve ter deixado o antigo aglomerado Messier 5 somente com estrelas velhas e de pouca massa que à medida que envelhecem e esfriam se tornam gigantes vermelhas enquanto que as estrelas mais velhas evoluíram mais caindo no grupo de estrelas azuis.

Ainda assim os astrônomos têm conseguido registrar muitas estrelas jovens e azuis nesse aglomerado, escondidas entre as estrelas antigas que são mais luminosas. Os astrônomos pensam que esses indíviduos jovens, chamados de errantes azuis, foram criados por colisões estelares ou por meio da transferência de massa entre estrelas binárias. Esses eventos são facilmente imaginados em aglomerados globulares densamente povoados onde algumas milhões de estrelas estão empacotadas juntas.

O aglomerado Messier 5 localiza-se a uma distância de aproximadamente 25000 anos-luz na direção da constelação da Serpens (A Cobra). Essa imagem foi feita com o Wide Field Channel da Advanced Camera for Surveys do Hubble. A imagem final foi criada a partir de imagens feitas através do filtro azul (F435W, colorido em azul), o filtro vermelho (F625W, colorido em verde) e o filtro de infravermelho próximo (F814W colorido em vermelho). O tempo total de exposição por filtro de 750s, 400s e 567s respectivamente. O campo de visão dessa imagem é de 2.6 arcos de minuto de comprimento.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1118a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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