fbpx
22 de novembro de 2024

M31: Buraco Negro Próximo é Fraco e Imprevisível na Galáxia de Andrômeda

A imagem maior aqui reproduzida, mostra uma imagem óptica, juntamente com dados do Digitized Sky Survey, da Galáxia de Andrômeda, também conhecida como M31. A imagem em detalhe mostra dados capturados pelo Observatório de Raios-X Chandra de uma pequena região no centro da galáxia de Andrômeda. A imagem à esquerda mostra a soma de 23 imagens feitas com a Câmera de Alta Resolução do Chandra (HRC), antes de Janeiro de 2006 e a imagem à direita mostra a soma de 17 imagens feitas com a HRC após Janeiro de 2006. Antes de Janeiro de 2006, três fontes de raios-X eram claramente visíveis na imagem do Chandra, incluindo uma fonte apagada próximo do centro da imagem. Após 2006, uma quarta fonte, chamada de M31*, aparece um pouco abaixo e a direita da fonte central, produzida por material que cai dentro do buraco negro supermassivo da M31.

Um estudo detalhado das observações feitas com o Chandra, por mais de 10 anos, mostra que a M31* estava muito apagada, ou calma, de 1999 até o começo de 2006. Contudo em 6 de Janeiro de 2006, o buraco negro se tornou mais de 100 vezes mais brilhante, sugerindo que uma explosão de raios-X ocorreu na região. Essa foi a primeira vez que um evento desses foi visto acontecendo em um buraco negro supermassivo no nosso universo local. Após a explosão, a M31* entrou novamente em um estado de relativa calma, mas ainda assim dez vezes mais brilhante na média do que antes de 2006. A explosão sugere uma taxa relativamente alta de energia de matéria caindo dentro da M31*, seguido depois por uma taxa menor, mas ainda significante.

Da mesma forma que o buraco existente no centro da Via Láctea, a M31* é surpreendentemente calma. De fato, o buraco negro de Andrômeda é entre dez e cem vezes mais apagado com respeito a radiação em raios-X do que os astrônomos esperavam dado o tamanho do reservatório de gás existente ao redor dele. Os buracos negro nas galáxias de Andrômeda e na Via Láctea são um laboratório especial para estudar os tipos mais apagados de crescimento já visto em um buraco negro supermassivo.

Fonte:

http://chandra.harvard.edu/photo/2010/m31/

 

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo