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Lua: Um Tesouro Escondido na Nossa Vizinhança

O telescópio MPG/ESO de 2.2 metros em La Silla no Chile é um instrumento poderoso que pode capturar a imagem de distantes objetos celestes, mas que foi usado aqui para imagear um corpo que está muito mais perto de nós e que também é muito mais bem conhecido por todos, a Lua. Os dados usados para essa imagem foram selecionados por Andy Strappazzon da Bélgica que participou da competição de astrofotografia do ESO conhecida como Hideen Treasures 2010. A composição de imagens feitas por Andy terminou a competição em quarto lugar.

Essa imagem mostra a Lua crescente mostrando a luz do Sol brilhando através da superfície altamente acidentada, preenchida com crateras e sombras. Essa é uma região plana da Lua, mas em qualquer lugar, altas montanhas podem ser encontradas, com alguns picos atingido até 5000 metros de altura. Quando iluminada pela luz do Sol, essas montanhas geram longas sombras na superfície da Lua. Nos anos de 1600 Galileu Galilei usou essas longas sombras para determinar a altura dos picos da Lua.

Nos polos da Lua (não mostrados nessa imagem), algumas crateras estão permanentemente na sombra e o interior dessas crateras de alguma maneira não observam a luz do Sol por bilhões de anos. Os cientistas há muito tempo suspeitam que essas regiões constantemente na escuridão e frias da Lua poderiam armazenar gelo de água, mas só em 2009 é que alguma evidência foi encontrada.

Na missão da NASA denominada de LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite), uma sonda foi enviada para se chocar com o polo sul da Lua, enquanto que a parte da sonda que ficou em órbita buscava por evidências de água nos detritos que seriam ejetados durante a colisão. A missão foi um sucesso e pôde confirmar a presença de gelo de água dentro dessas crateras escuras. Essa descoberta tem importante implicações para o futuro da exploração humana da Lua e de qualquer outro local do Sistema Solar.

Essa imagem da Lua foi feita através de um filtro vermelho de banda estreita (H-alpha). A imagem tem uma altura de aproximadamente 30 arcos de minuto.

Essa imagem foi processada pelo ESO usando dados observacionais obtidos por Andy Strappazzon, da Bélgica que participou do ESO’s Hidden Treasures 2010, uma competição de astrofotografia organizada pelo ESO entre Outubro e Novembro de 2010, para qualquer um que gostasse de fazer belas imagens do céu noturno usando dados astronômicos obtidos por telescópios profissionais.

Fonte:

http://www.eso.org/public/images/potw1129a/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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