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21 de novembro de 2024

Linda Imagem Da Mars Express Mostra Fobos Sobrevoando Marte

Phobos, a maior das duas luas de Marte, é um objeto de fascínio no estudo astronômico. Sua distinção como a lua mais escura do Sistema Solar a diferencia de muitos outros corpos celestes. Esta característica única levou os cientistas a postularem que Phobos poderia ser um asteroide capturado, uma teoria baseada em sua órbita e coloração distintas. Acredita-se que sua composição seja uma mistura intrigante de gelo e rocha escura, uma combinação que pode oferecer insights sobre a formação e evolução do Sistema Solar.

Em 2021, a Agência Espacial Europeia (ESA) através de sua sonda Mars Express, que orbita Marte há anos, capturou uma imagem em cores atribuídas de Phobos. Esta imagem, como muitas outras enviadas pela Mars Express, tem sido fundamental para aprofundar nossa compreensão sobre este corpo celeste. A imagem revelou uma lua fortemente craterada, um testemunho silencioso das inúmeras colisões que Phobos deve ter enfrentado ao longo de sua história. O aspecto estéril e desolado de Phobos é evidente, sem sinais de atmosfera ou vida. Uma característica notável é a presença de sua maior cratera, localizada no lado oposto ao visível de Marte.

A superfície de Phobos, conforme determinado por imagens como a de 2021, parece estar coberta por uma camada de poeira solta, possivelmente com cerca de um metro de espessura. Esta camada de poeira pode esconder muitos segredos sobre a composição e história da lua, tornando-a um ponto focal para futuras missões de exploração.

A proximidade de Phobos a Marte é outra característica que a destaca. Esta lua orbita tão perto do planeta vermelho que, de certos pontos da superfície marciana, ela parece nascer e se pôr duas vezes ao dia. Em contraste, de outros locais, Phobos não é visível devido à sua órbita única. No entanto, esta proximidade tem um preço. A órbita de Phobos ao redor de Marte está em constante degradação. Projeções indicam que, em cerca de 50 milhões de anos, esta lua se desintegrará, com pedaços caindo sobre a superfície marciana. Este evento, quando ocorrer, será um espetáculo astronômico e poderá ter implicações significativas para o ambiente marciano, possivelmente reformulando partes de sua paisagem.

A teoria de que Phobos pode ser um asteroide capturado ainda é uma hipótese em discussão na comunidade científica. Se confirmada, poderia lançar luz sobre os processos dinâmicos que ocorreram no Sistema Solar primitivo. A composição de gelo e rocha escura de Phobos, por exemplo, pode ser um vestígio dos materiais presentes no início da formação do Sistema Solar.

A missão Mars Express da ESA tem sido uma ferramenta valiosa na exploração de Marte e suas luas. Ao longo dos anos, enviou uma infinidade de imagens e dados que têm ajudado os cientistas a entender melhor a complexidade e história destes corpos celestes. Cada imagem, cada pedaço de dado, adiciona uma peça ao quebra-cabeça que é a história de Marte e suas luas.

Em conclusão, Phobos, com sua natureza escura e misteriosa, continua a capturar a imaginação de astrônomos e entusiastas do espaço. Seja sua origem como um possível asteroide capturado, sua composição única ou seu destino eventualmente trágico, Phobos permanece no centro das atenções quando se trata de estudos marcianos. À medida que continuamos a explorar e entender nosso Sistema Solar, corpos celestes como Phobos nos lembram das maravilhas e mistérios que ainda estão à espera de serem descobertos.

Fonte:

https://apod.nasa.gov/apod/astropix.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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