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O Telescópio Espacial James Webb vem nos mostrando nesse seu primeiro mês de trabalho as maravilhas das profundezas do universo, o que é algo fundamental e importante para que possamos entender como as primeiras estrelas e galáxias se formaram.
Mas nunca podemos tirar da nossa mente, que o James Webb tem o objetivo de responder duas importantes perguntas sobre o universo, como tudo começou e como as coisas chegaram até aqui.
E para responder essa segunda questão não basta somente olhar para o universo profundo, ou primordial, ou seja, o universo lá perto do seu início, para essa segunda pergunta é preciso olhar para o universo que está mais próximo de nós.
Como na constituição do universo, os astrônomos falam que as galáxias são os blocos fundamentais da construção do cosmos, é por isso que estudar as galáxias nos vai dar a ideia de como as coisas se formaram e como elas chegaram até aqui.
Com isso em mente, nesses primeiro momento de dados científicos do James Webb, os astrônomos escolheram algumas galáxias próximas para serem estudadas.
Uma delas, é a grande galáxia espiral barrada conhecida como NGC 1365.
Essa galáxia está localizada a cerca de 56 milhões de anos-luz de distância da Terra, o que para o universo e para as distâncias cosmológicas que estamos acostumados é logo ali como dizem os mineiros.
Essa galáxia possui características marcantes e interessantes de serem estudadas pelos astrônomos, é uma galáxia onde estrelas estão se formando numa alta taxa.
Além disso, essa galáxia possui no seu centro um buraco negro supermassivo muito ativo, ou seja, um buraco negro supermassivo que está se alimentando vorazmente de matéria.
E ainda mais, essa é uma galáxia que se mostra de frente para nós aqui na Terra, e isso é muito importante, pois é possível estudar de forma detalhada toda a sua estrutura e atividade.
Ou seja, resumindo em miúdos, a NGC 1365 é o laboratório perfeito para que os astrônomos possam realizar seus estudos sobre galáxias e entender agora, não a formação do universo, mas sim a sua evolução.
Uma galáxia espiral barrada é uma galáxia que se parece com a Via Láctea, ou seja, ela possui seus belos braços espirais e no centro uma barra de estrelas, feita de estrelas mais velhas e menos metálicas.
Cerca de 2 terços das galáxias no universo são galáxias que possuem barras.
Mas então o que torna a NGC 1365 uma galáxia especial para ter sido escolhida e imageada pelo James Webb?
A NGC 1365, é na verdade um tipo muito raro de galáxia, pois ela não possui apenas uma barra, mas sim duas barras no seu centro, uma barra de estrelas dentro de outra.
Na NGC 1365 temos uma barra de estrelas mais externa que abrange a galáxia horizontalmente e uma barra de estrelas mais interna.
Essas barras da NGC 1365 são formadas por estrelas, gás e poeira que orbitam o centro da galáxia em diferentes velocidades.
Essa diferença de velocidade cria ondas de densidades diferentes, uma onda de densidade alta de material e outra onda com baixa densidade, e essa diferença é responsável pela criação das duas barras.
Além disso, essas duas barras criam no centro da galáxia um ambiente com muito material, muito material no centro da galáxia quer dizer que o seu buraco negro central tem muito material para consumir e por isso se alimenta de forma voraz, e também a presença de muito matéria prima ajuda para que a taxa de formação de estrelas seja alta nessa galáxia.
Isso mostra porque a NGC 1365 é tão especial e rara e um belo objeto para ser estudado, pois ela pode ajudar a entender como as galáxias evoluem.
Entendendo isso, é possível entender como o próprio universo evoluiu.
O James Webb registrou a NGC 1365 usando tanto a NIRCAM como o MIRI, ou seja, no infravermelho próximo e médio e com isso o que temos é a chance de observar no meio desse turbilhão de gás e poeira para poder entender os detalhes evolutivos dessa galáxia.
E assim o James Webb começa então a traçar o que podemos chamar de timeline do universo, estudando desde as primeiras e primordiais galáxias para entender como tudo se formou, até galáxias raras, especiais e próximas de nós para entender como essas galáxias evoluem ao longo do tempo, formam estrelas e alimentam seus buracos negros supermassivos.
Continuamos aqui acompanhando cada instante dessa missão maravilhosa do Telescópio Espacial James Webb!!!
Fonte:
https://www.inverse.com/science/new-webb-space-telescope-images-show-us-a-gorgeous-nearby-galaxy
#JAMESWEBB #SPACETELESCOPE #UNFOLDTHEUNIVERSE
