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19 de dezembro de 2024

O Interior da Cratera Thales na Lua

Muitas crateras de idade Coperniciana e Eratosteciana na Lua possuem substanciais depósitos de material derretido por impacto tanto dentro como ao seu redor. Como muitas outras crateras na Lua, a cratera Thales localizada na coordenadas 61.732 graus de latitude norte e 50.284 graus de longitude leste, com aproximadamente 31 quilômetros de diâmetro é impressionante devido a diversidade de feições geológicas observadas nas imagens obtidas pelas câmeras NAC e WAC da sonda LROC. Na abertura principal desse post, um fluxo canalizado de material derretido por impacto segue em direção ao interior da cratera desde o alto da parede da mesma. O contato onde o interior da cratera e a parede se encontram é menos distinto, mas a mudança do material derretido por impacto canalizado para um material derretido por impacto fraturado mostra de forma representativa essa divisa. A morfologia desse material derretido por impacto na cratera Thales é excepcional.

É bem provável que os canais de material derretido por impacto se formaram nas paredes das crateras à medida que o material derretido por impacto ainda quente fluía das partes mais elevadas em direção ao interior da cratera, usando fraquezas e fissuras pré-existente nas rochas atingidas, feições geradas pelo violento evento de impacto. Quanto mais material derretido por impacto descia pela parede da cratera, maior ficavam os canais. Na média esses canais tem entre 25 e 40 metros de largura. Alguns canais parecem ser mais rasos do que outros, o que pode sugerir que a maior parte do material derretido por impacto fluiu através dos canais mais profundos, escavando mais material deles. Ou, talvez o material derretido por impacto esfriou e se solidificou nos canais mais rasos antes de alcançar o interior da cratera, isso explica as diferenças nas profundidades aparentes dos canais através dessa pequena região da parede da cratera. De forma comparativa, as fraturas no material derretido pelo impacto no interior da cratera representam o alívio de tensão ocorrido durante o resfriamento, à medida que o material derretido por impacto se solifdificava perto do contato entre o interior da cratera e a sua parede. Essas fraturas podem ter sido geradas pelo fato do material derretido por impacto ter alcançado a porção mais inferior da parede da cratera à medida que ele esfriou, gerando um terreno similar à mistura que se tem quando mistura maizena e água.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/512-On-the-Floor-of-Thales.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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