Astrofísicos dizem que buracos negros supermassivos – do tipo que é encontrado no núcleo de grande galáxias – poderiam emitir jatos de raios gamma que interagindo com a matéria escura ao redor poderiam ser detectados na Terra. Um novo estudo mostra que duas dais coisas mais “escuras” do universo poderiam de fato serem combinadas produzindo assim uma radiação altamente energética que poderia então abrir um caminho para se desenvolver novas técnicas capazes de observar e identificar a matéria escura.
Até agora, os astrônomos só conseguem inferir que a matéria escura existe com base no efeito gravitacional que ela exerce na matéria normal dentro das galáxias. Mas a matéria escura mesmo nunca foi observada apesar de uma grande quantidade de tentativas, de acordo com um relatório publicado na New Scientist.
Novas informações sugerem que sondas da NASA como o telescópio Fermi poderia descobrir essas radiações, e então identificar suas origens. A equipe que conduziu o novo estudo acredita que essa interferência que ocorre entre os buracos negros e a matéria escura poderia ser a origem dos raios gamma detectados pelo Fermi na galáxia Centaurus A.
“O que é mais empolgante é que nós temos algumas pistas dos dados do Fermi, mas claro, precisamos de confirmação – nós precisamos de outras partes do quebra-cabeça para montar o cenário completo”, disse Stefano Profumo, professor da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (UCSC).
Profumo e a sua equipe procuram pelos tipos de partículas de matéria escura previstas nas duas maiores teorias: uma é a supersimetria que propõem que cada partícula ordinária tem um super parceiro e a outra assume que o universo esconde uma quarta dimensão espacial.
A equipe do professor Profumo descobriu que dentro de um intervalo restrito de energia de elétrons, que quase todos os elétrons que colidem com a matéria escura serão convertidos nas versões supersimétricas ou da dimensão extra. Esse efeito de ressonância produziria os raios gamma que poderiam então ser captados por detectores na Terra, como o Telescópio Espacial Fermi, disse Mikail Gorshteyn um membro da equipe da Indiana University em Bloomington.
Apesar dos pesquisadores acreditarem que poderiam explicar os raios-gamma vindos da Centaurus A, novas descobertas deram uma segurada no entusiasmo. A responsável por isso foi a descoberta de uma radiação similar proveniente da distante galáxia M87. O problema é que esses raios gamma da M87 não se ajustam às previsões teóricas de como eles deveriam parecer. Daí a necessidade de mais pesquisa nessa área para se poder então confirmar a descoberta.
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