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Instrumento Laser do Rover Curiosity Atira em Sua Primeira Rocha em Marte

O dia 19 de Agosto de 2012 irá entrar para história, aliás, mais um dia da missão do rover Curiosity que entra para história. No caso da exploração planetária, o dia 19 de Agosto de 2012 marcou o dia em que pela primeira vez na história da humanidade, um robô em outro planeta acertou com um raio laser uma rocha para fazer análises. A rocha acertada pelo laser do Curiosity recebeu o nome de Coronation.

O instrumento chamado de Chemistry and Camera, ou ChemCam atingiu a rocha com 30 pulsos de laser durante um período de 10 segundos. Cada pulso emitiu mais de um milhão de watts de energia por aproximadamente cinco bilionésimos de segundo.

A energia do laser excitou os átomos na rocha em um plasma brilhante ionizado. A Chem Cam registrou a luz emitida de volta pela rocha com um telescópio e analisou essa luz com três espectrômetros para obter informações sobre quais elementos formam a rocha.

“Nós registramos o espectro da Coronation, uma grande quantidade de sinal”, disse o principal pesquisador da ChemCam, Roger Wiens do Los Alamos National Laboratory. “A nossa equipe está trabalhando pesado analisando os resultados. Após oito anos construindo o instrumento, chegou a hora da decisão”.

A ChemCam registrou o espectro da reflexão do laser na rocha em cada um dos 30 pulsos. O objetivo desse uso inicial do laser em Marte foi para caracterizar o instrumento, mas a atividade pode fornecer muitos valores adicionais.  Os pesquisadores irão analisar se a composição mudou à medida que os pulsos progrediam. Se essa composição mudou, isso poderia indicar que a poeira ou outro material na superfície estava sendo penetrado revelando as diferentes composições abaixo da superfície. Os espectrômetros registraram a intensidade em 6144 diferentes comprimentos de onda do ultravioleta, visível e infravermelho.

“O que é surpreendente é que os resultados são melhores do que aqueles encontrados na Terra durante os testes de sinal-ruído”, disse Sylvestre Maurice, pesquisador da ChemCam do Insitut de Reserche em Astrophysique et Planetologie (IRAP) em Tolouse na França. “Isso é muito rico, nós podemos esperar grandes experimentos científicos ao investigarmos  milhares de alvos nos próximos dois anos de missão do Curiosity em Marte”.

A técnica usada pela ChemCam se chama laser-induced breakdown spectroscopy, algo como, espectroscopia de colapso induzida por laser, e tem sido usada para determinar a composição de alvos em outros ambientes extremos como no interior de reatores nucleares e no assoalho oceânico, e tem aplicações experimentais em monitoramento ambiental e na detecção de câncer. A investigação da rocha Coronation é a primeira vez que essa técnica é usada na exploração interplanetária.

O rover Curiosity pousou em Marte a duas semanas atrás, dando início a uma missão de 2 anos onde usará 10 instrumentos para acessar se uma área de estudo cuidadosamente escolhida no interior da Cratera Gale já ofereceu em algum momento da história marciana as condições favoráveis para o desenvolvimento da vida microbiana.

A ChemCam foi desenvolvida, construída e testada pelo Los Alamos National Laboratory do Departamento Norte-Americano de Energia em parceria com cientistas e engenheiros da agência espacial nacional francesa, pelo Centre National d’ Etudes Spatiales (CNES) e o Centre National de la Reserche Scientifique (CNRS).

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, administra o Projeto Mars Science Laboratory para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O JPL desenhou e construiu o rover.

Para maiores informações sobre o Curiosity visite http://www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl/. Você pode seguir a missão no Facebook em: http://www.facebook.com/marscuriosity  e no Twitter em:http://www.twitter.com/marscuriosity

Para mais informações sobre a ChemCam visite: http://www.msl-chemcam.com.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2012-248

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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