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21 de novembro de 2024

Instrumento FORS do ESO Faz Bela Imagem de Berçário Estelar em Orion

A constelação de Orion é uma das coleções de estrelas mais conhecida do céu noturno. As estrelas mais proeminentes desta constelação são reconhecidas há dezenas de milhares de anos ou mais tempo ainda. Os astrônomos chineses chamavam-na 参宿 or Shēn, o que significa, literalmente, “três estrelas”, devido aos três pontos brilhantes que formam o cinturão do caçador. Os antigos egípcios viam-na como os deuses Sah e Sopdet, manifestações de Osiris e Isis, respectivamente, enquanto os astrônomos gregos viam um corajoso caçador — o epônimo Órion — com a sua espada por cima da cabeça, pronto a atacar.

Mitologia à parte, Órion é uma região do céu fascinante. Esta imagem, obtida pelo Very Large Telescope do ESO, mostra uma nebulosa de reflexão situada no coração da constelação — a NGC 2023. Localizada próximo das bem conhecidas nebulosas da Cabeça do Cavalo e da Chama, a NGC 2023 encontra-se a cerca de 1500 anos-luz de distância da Terra e é uma das maiores nebulosas de reflexão do céu.

As nebulosas de reflexão são nuvens de poeira interestelar que refletem a luz de fontes próximas ou internas, tal como nevoeiro em torno dos faróis de um carro. A NGC 2023 está sendo iluminada por uma estrela jovem massiva chamada HD 37903. Esta estrela é extremamente quente — várias vezes mais quente que o Sol — e a sua luz azul-esbranquiçada está na origem do brilho leitoso da NGC 2023. Tais nebulosas são frequentemente locais de nascimento de estrelas, contendo uma distribuição nodosa do gás que é significativamente mais densa que o meio circundante. Sob a influência da gravidade, estes nodos atraem-se uns aos outros e se juntam, criando, eventualmente, uma nova estrela. Daqui a alguns milhões de anos, o Cinturão de Órion pode bem ter uma nova estrela!

Esta imagem foi obtida pelo instrumento FORS (FOcal Reducer and Spectrograph) do VLT no âmbito do programa Joias Cósmicas do ESO, o qual visa obter imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atrativos, utilizando os telescópios do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. O programa utiliza tempo de telescópio que não pode ser usado em observações científicas. Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico e são por isso postos à disposição dos astrônomos através do arquivo científico do ESO.

Crédito:

ESO

Fonte:

https://www.eso.org/public/brazil/images/potw1919a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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