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14 de novembro de 2024

Imagens Recém-Processadas do Satélite Europa Mostram Detalhes Impressionantes da Sua Superfície

A superfície do satélite Europa de Júpiter apresenta uma grande variedade de feições interessantes, incluindo, cordilheiras, faixas, domos arredondados, e regiões que são chamadas de terreno caótico. Três imagens recém-processadas, feitas pela sonda Galileo da NASA no final dos anos 1990, revelam detalhes dessas diferentes feições superficiais de Europa.

Embora os dados adquiridos pela Galileo tenham mais de duas décadas de vida, os cientistas estão usando técnicas modernas de processamento de imagem para criar novas visões da superfície do satélite, como parte da preparação da missão Europa Clipper. O orbitador irá conduzir dezenas de sobrevoos por Europa para aprender mais sobre o oceano localizado abaixo da espessa crosta congelada do satélite e como ele interage com a superfície. A missão, está programada para ser lançada daqui a alguns anos, e será a primeira missão a visitar Europa depois da sonda Galileo.

Até agora os cientistas só conseguiram observar uma pequena parte da superfície de Europa, a missão Europa Clipper irá aumentar isso de maneira significante. E essa nova análise das imagens da Galileo faz parte desse novo projeto.

Todas as três imagens foram adquiridas ao longo da mesma longitude de Europa, pela sonda Galileo em 26 de setembro de 1998, no sobrevoo de número 8 dos 11 programados para a sonda fazer pelo satélite. As imagens de alta resolução revelam feições de 460 metros de diâmetro e foram feitas através de um filtro claro em escala de cinza. Usando imagens coloridas de mais baixa resolução da mesma região, adquiridas em outros sobrevoos, os técnicos conseguiram mapear as cores nas imagens de alta resolução num processo, cuidadoso e muito demorado.

Imagens com a cor realçada, como essas, permitem que os cientistas possam destacar as feições geológicas com diferentes cores. Essas imagens não mostram Europa como ela apareceria para o olho humano caso estivéssemos chegando perto do satélite. As áreas que aparecem em azul claro ou em branco são feitas de um gelo de água relativamente puro, e as áreas avermelhadas são ricas em sais.

Os cientistas planetários estudam as imagens de alta resolução de Europa atrás de pistas sobre como a superfície do satélite se formou. Com uma média de idade entre 40 e 90 milhões de anos, a superfície como nós observamos hoje é muito mais jovem que o próprio satélite Europa, que se formou junto com o Sistema Solar, a cerda de 4.6 bilhões de anos atrás.

As longas e lineares cordilheiras que se cruzam na superfície de Europa podem estar relacionadas com a resposta da superfície congelada de Europa  à intensa força gravitacional de Júpiter, que estica e encolhe a superfície do satélite. As cordilheiras podem se formar quando uma fratura na superfície se abre e fecha repetidas vezes, criando uma feição que normalmente tem algumas centenas de metros de altura, alguns quilômetros de largura e podem se espalhar horizontalmente por milhares de quilômetros.

Em contraste a isso, as faixas, são locais onde as fraturas parecem ter continuado a se abrir, produzindo uma feição larga e relativamente plana.

Já as regiões denominadas de terreno caótico, contêm blocos que se moveram de lado, rotacionaram e inclinaram, sofrendo um processo de degelo, e depois congelando novamente no novo local. Para entender como eles podem ter se formado, os cientistas estudam esses blocos como se eles fossem peças de quebra-cabeça.

A missão Galileo foi gerenciada pelo JPL para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. Informações adicionais sobre a missão Galileo, você consegue nesse link:

http://solarsystem.nasa.gov/galileo/

Para mais informações sobre a missão Europa Clipper, visite:

europa.nasa.gov

Fonte:

https://www.nasa.gov/feature/jpl/newly-reprocessed-images-of-europa-show-chaos-terrain-in-crisp-detail

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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