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Imagens Espetaculares de Júpiter Na Órbita Número 50 da Juno

A sonda Juno, da NASA, avaliada em $1,1 bilhão, enviou mais um conjunto impressionante de imagens após completar sua 50ª órbita ao redor de Júpiter. Lançada em 2011, a Juno chegou ao planeta em julho de 2016 e, desde então, orbita em torno de Júpiter. Em sua órbita mais recente, a sonda registrou cinco belas imagens aproximadas da lua vulcânica Io, estando a uma distância entre 50.000 e 65.000 milhas.

Desta vez, não houve imagens aproximadas de luas, mas a Juno conseguiu capturar uma imagem em ângulo aberto mostrando a maior lua de Júpiter, Ganimedes. No início deste mês, a missão JUICE da Agência Espacial Europeia decolou rumo a Ganimedes, com o objetivo de orbitar a lua por nove meses a partir de 2034. Se for bem-sucedida, será a primeira sonda a orbitar uma lua que não seja a nossa.

É improvável que a Juno ainda esteja ativa até lá, e quase certo que não estará mais enviando imagens. As fotos aqui apresentadas foram capturadas pela JunoCAM, a câmera de dois megapixels da sonda. Nos últimos meses, a JunoCAM enfrentou problemas com radiação e superaquecimento, embora tenha conseguido realizar duas órbitas consecutivas sem maiores problemas.

A Juno é a primeira missão espacial a orbitar um planeta externo de polo a polo, ocupando uma órbita elíptica que a leva para longe de Júpiter, apenas para se aproximar a 2.600 milhas de suas nuvens polares. A sonda conta com um compartimento de radiação de titânio para proteger seus instrumentos científicos mais sensíveis, já que voa através do intenso cinturão de radiação de Júpiter.

A bordo da Juno, há uma série de instrumentos científicos, incluindo um magnetômetro, um sistema de ciência gravitacional e um radiômetro de micro-ondas, que permitem medir os campos magnéticos e gravitacionais de Júpiter, bem como sua temperatura, pressão e composição atmosférica. Entre as descobertas científicas mais notáveis da missão estão a detecção de relâmpagos nas nuvens de Júpiter, a presença de água abundante próximo ao equador do planeta e a causa das auroras de raios-x.

As imagens aqui apresentadas foram cuidadosamente processadas por uma equipe de cientistas cidadãos que trabalham com os dados baixados da Juno após seu 50º sobrevoo (perijove) de Júpiter em 8 de abril de 2023. Como a Juno gira, ela envia tiras de imagens brutas que precisam ser combinadas e coloridas. Ainda assim, as fotos enviadas à Terra através da NASA Deep Space Network são as imagens de maior resolução de Júpiter já registradas na história.

Ao longo do restante de 2023, a Juno se aproximará ainda mais de Io, culminando em dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, quando capturará imagens a apenas 930 milhas acima de sua superfície irregular. A sonda orbita Júpiter a cada 38 dias e sua próxima passagem próxima, o 51º perijove, ocorrerá em 16 de maio de 2023.

O trabalho da Juno tem sido crucial para ampliar nossa compreensão do maior planeta do Sistema Solar e suas complexas interações com suas luas. Com os avanços proporcionados por essa missão e futuras missões, como a JUICE, os pesquisadores continuarão a descobrir novas informações sobre a formação e a evolução de Júpiter e dos corpos celestes que o orbitam. Esses dados também podem oferecer pistas sobre a formação e o desenvolvimento de outros sistemas planetários, expandindo ainda mais nossa percepção do universo que nos cerca.

Fonte:

https://www.forbes.com/sites/jamiecartereurope/2023/04/26/in-photos-see-the-extraordinary-new-close-ups-of-the-king-of-planets-as-nasas-juno-mission-completes-50th-orbit/?sh=46559ce5119e

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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