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Normalmente quando falamos de exoplanetas, o que vem na cabeça logo na hora é a técnica do trânsito.
Talvez pelo Kepler, ou pela TESS, mas existem muitas maneiras de se descobrir um exoplaneta.
Inclusive, observando diretamente a existência deles.
Lógico que não é fácil, pois você precisa de um equipamento muito bom, instrumentos muito bons acoplados a esse equipamento e hoje isso só é possível graças aos sistemas de óptica adaptativa dos telescópios.
Hoje também, quando falamos no nascimento de planetas, logo vem na cabeça as imagens feitas pelo ALMA revelando os discos protoplanetários, onde é possível ver o que no futuro dará origem a sistemas planetários.
Mas e se fosse possível juntar as duas coisas, imagens diretas de exoplanetas, mas não de qualquer exoplanetas, mas sim de exoplanetas nascendo, não seria incrível?
Pois bem, isso acaba de ser feito por pesquisadores usando um dos maiores telescópios do mundo, um dos mais modernos e um com um dos melhores sistemas de óptica adaptativa.
Estou falando do Keck, no Havaí.
Em 2018 e 2019, usando o VLT do ESO no Chile, os astrônomos descobriram e fizeram imagens do que poderia ser dois exoplanetas nascendo na órbita da estrela PDS 70.
Os exoplanetas foram chamados de PDS 70b e PDS 70c.
Mas se eles foram descobertos em 2018 e 2019, por que eu tô gravando vídeo hoje só?
Porque é assim que funciona a ciência.
Em 2018 e 2019 foram descobertas as evidências da existência desses exoplanetas, e agora os exoplanetas foram confirmados.
E a dificuldade de confirmar veio porque esses exoplanetas estão ainda mergulhados no seu disco protoplanetário, ou seja, não é fácil mesmo observar.
Então foi preciso usar um grande telescópio, como o Keck, com uma câmera infravermelha acoplada nele, para reduzir o efeito da poeira do disco protoplanetário e tudo isso acoplado ao moderno sistema de óptica adaptativa do Keck, fez com que os astrônomos pudessem confirmar a existência dos dois exoplanetas nascendo na estrela PDS 70.
Para poder analisar os dados também foi criado um algoritmo próprio, pois como eu falei, os planetas ainda estão mergulhados no disco protoplanetário e não é tão fácil ter a imagem clara deles.
Com isso, os astrônomos agora têm a ferramenta e a metodologia disponível para poder fazer imagens de outros exoplanetas nascendo ao redor de estrelas.
E com isso teremos mais informações sobre a origem e a evolução dos sistemas planetários e até mesmo do nosso Sistema Solar.
Fonte:
http://www.keckobservatory.org/pds70/
https://arxiv.org/pdf/2004.09597.pdf
#EXOPLANETS #DIRECTIMAGING #SPACETODAY
