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17 de novembro de 2024

Imagens Detalhadas do Espaço Mostram Vulcão Nabro Durante a Erupção e Antes em Janeiro de 2011

Desde que começou a sua erupção no dia 12 de Juno de 2011, as emissões do Vulcão Nabro da Eritreia já vagaram sobre a maior parte do leste da África e do Oriente Médio. As cinzas do vulcão deixaram os moradores que vivem nas redondezas do vulcão desabrigados e já criou confusão com os voos na região. Apesar dos efeitos violentos da erupção vulcão, pouco se sabe sobre a erupção. O vulcão Nabro está localizado em uma região isolada na fronteira entre a Eritreia e a Etiópia e por isso poucos relatos foram publicados sobre essa erupção. Imagens feitas por satélites é atualmente a única maneira confiável de se monitorar os efeitos dessa erupção.

As duas imagens de satélite acima estão entre as primeiras imagens detalhadas da fonte da erupção e do fluxo de lava. Elas foram adquiridas pelo instrumento Advanced Land Imager (ALI) que viaja a bordo do Earth-Observing-1 (EO-1) no dia 24 de Junho de 2011.

Os pontos vermelhos brilhantes na imagem em cor falsa (acima) indica as superfícies quentes. As cinzas vulcânicas quente brilham acima da fonte, localizada no centro da caldeira do Nabro. Para oeste da fonte, porções de um fluxo de lava ativo (particularmente a frente do fluxo) também estão quentes. O padrão manchado na porção superior do fluxo se deve provavelmente ao resfriamento, à presença de uma crosta mais resistente e a exposição da lava à medida que o fluxo avança. As nuvens brancas e azuis próximos da fonte do vulcão são provavelmente compostas por vapor d’água que escapou e condensou à medida que a pluma subia e se resfriava. As nuvens em ciano acima do fluxo de lava são evidências da desgaseificação da lava.

A imagem em cor natural (abaixo) mostra uma cisão detalhada pluma do vulcão e do local de erupção. Uma pluma escura nasce diretamente acima da fonte, e um curto, e inativo (ou seja frio) fluxo de lava parcialmente preenche a cratera para o norte. Uma pluma de gás rica em água e dióxido de enxofre (o que contribui para a tonalidade azul das bordas da pluma) obscurece as partes superiores do fluxo de lava ativo. Cinzas escuras cobrem a paisagem ao sul e a oeste do vulcão Nabro.

Antes de entrar em erupção, mas precisamente em Janeiro de 2011 quando tudo ainda estava tranquilo por ali,  a Estação Espacial Internacional passou sobre a região onde fica o vulcão Nabro, e os astronautas puderam fazer essa bela imagem do vulcão (abaixo).

Pode-se notar claramente a forma de ferradura da caldeira do vulcão Nabro que se estica por 8 km de diâmetro e possui uma abertura na sua porção sul. Duas caldeiras menores localizam-se dentro da maior. Valas e canais deixam sua cicatriz nos flancos externos do vulcão. A borda interna da caldeira possui abismos íngremes , alguns com altura de 400 metros.


Fonte:

http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=51216

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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