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Imagens Atualizadas da HiRISE: Canais e Leque na Cratera Lyot

Extensos fluxo de água líquida através da superfície marciana são normalmente restritos aos primeiros bilhões de vida do planeta. Existem alguns lugares específicos, contudo, onde a água líquida pode ter se tornado estável mais tarde na história do planeta, quando Marte já era considerado seco e frio. A Cratera Lyot é um desses lugares.

A Cratera Lyot é uma bacia com anel e pico que foi formada nas terras baixas do hemisfério norte de MArte, fazendo com que ela tenha o ponto topográfico mais baixo do hemisfério norte marciano. Adicionalmente a isso, nós sabemos que o evento de impacto que criou a Cratera Lyot ocorreu depois da significante era de atividade fluvial acontecida em Marte, então todas as feições observadas na Cratera Lyot foram formadas depois dessa era.

Essas observações mostram o que parece ser um leque invulgar que é alimentado por vales que se estendem por quase 50 quilômetros ao longo do assoalho da Cratera Lyot. O leque não é recente, então essa atividade é anterior aos canais marcianos, alguns deles podem ser observados na imagem. O leque foi coberto por um material suave que foi removido em algumas áreas e fraturado em outras. Isso faz com que seja difícil observar o leque como ele era quando foi originalmente criado.

A Cratera Lyot é encontrada em uma região de Marte que acredita-se hospede muitos detritos de geleiras, alguns desses encontrados dentro da própria cratera, e unidades ricas em gelo. Isso poderia então fornecer uma potencial fonte de água que sob certas circunstâncias seriam mais favoráveis que hoje, podendo derreter e criar feições como as observadas aqui.

Fonte:

http://www.uahirise.org/ESP_019372_2300

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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