A imagem acima mostra a Nebulosa da Carina, mas não como a observamos a olho nu ou com telescópios tradicionais. Os astrônomos no Atacama Pathfinder EXperiment, ou APEX insatisfeitos com o espectro de imagens feitas em luz visível desse impressionante redemoinho de poeira estelar azul, decidiram começar a imagear a região no comprimento submilimétrico da luz, comprimento esse invisível ao olho humano. Na imagem acima, esse comprimento de luz é representado pela cor laranja. Esteticamente falando essa não foi uma má ideia.
Cientificamente falando essa também não foi uma ideia muito ruim. A análise do comprimento submilimétrico mostra emissões de luz da poeira aquecida pela luz ultravioleta e visível emitida por estrelas jovens que estão ali se formando. Essas são na verdade algumas das mais luminosas e massivas estrelas localizadas na vizinhança galáctica, dando assim aos astrônomos uma ideia sobre as interações entre essas nuvens de gás formadores de estrelas e algumas das estrelas mais massivas em nossa galáxia.
As observações feitas com o APEX são vistas em laranja, enquanto que a imagem subjacente foi feita no comprimento de onda da luz visível pelo telescópio Curtis Schmidt no Observatório Interamericano Cerro Tololo no Chile. A nebulosa da Carina é uma das nebulosas mais brilhantes do nosso céu, mais brilhante que a famosa nebulosa de Orion que está bem mais perto da Terra mas que aparece do mesmo tamanho que a nebulosa da Carina no céu. Isso acontece pois mesmo a nebulosa da Carina estando localizada a aproximadamente 7500 anos-luz de distância da Terra ela possui estrelas com massa equivalente a 25000 sóis e gás e poeira com massa que totaliza 140000 sóis. Em outras palavras ela é massiva. Porém, mesmo com todos esses sóis reunidos a Carina aparece calma e tranquila diante dos nossos olhos.
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