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O centro da Via Láctea mais uma vez foi o assunto de um estudo espetacular realizado pelo SOFIA, o observatório da NASA que viaja embarcado num avião Boeing 747 modificado.
Estudar o centro da Via Láctea é uma das coisas mais complicadas de se fazer.
O centro da galáxia vive num tumulto completo.
Nuvens de gás e poeira, estrelas passando para lá e para cá a altíssimas velocidades, filamentos de gás, bolhas, e lógico o Sagittarius A*.
Porém, é estudando o centro da galáxia que os astrônomos conseguem entender muitos detalhes sobre a galáxia e também conhecer melhor o nosso buraco negro.
O centro já foi observado em ondas de rádio, já foi observado com o Spitzer em infravermelho, mas agora chegou a vez do SOFIA.
O SOFIA observa também no infravermelho e os seus dados complementam as observações já feitas anteriormente.
O resultado final da observação é uma imagem que se expande por 600 anos-luz, cobrindo o centro da Via Láctea.
O centro da Via Láctea é um lugar enigmático.
Existe ali muito mais gás e poeira do que em qualquer outro ponto da galáxia.
Mesmo assim, existe ali, cerca de 10 vezes menos estrelas massivas do que se esperava.
Por que isso acontece?
Ninguém sabe ao certo, mas observando no infravermelho é possível tentar descobrir.
Essa nova imagem infravermelha ilumina estruturas localizadas próximas do Aglomerado Quintuplet, um local onde estão as sementes para a formação das novas estrelas.
Ao observar essas regiões em alta resolução é possível então tentar explicar como as estrelas mais massivas da galáxia se formam tão próximas umas das outras numa região relativamente pequena e com uma baixa taxa de nascimento de estrelas.
Entender como as estrelas massivas se formam na nossa galáxia, pode nos dar pistas importantes para que possamos entender o processo em galáxias distantes.
Outra feição de destaque na imagem é que se pode ver claramente o material que pode estar alimentando o anel ao redor do buraco negro supermassivo da Via Láctea.
O anel tem cerca de 10 anos-luz de diâmetro e tem um papel fundamental em levar material para perto do buraco negro.
A origem desse anel sempre foi um mistério, mas essa imagem do SOFIA pode ajudar os astrônomos a entender como ele se formou pois estruturas que representam o material sendo incorporado nele foram imantadas.
Além de tudo isso, essa imagem do SOFIA servirá no futuro de um mapa para guiar as observações que serão feitas pelo Telescópio Espacial James Webb.
Lembre-se que o James Webb irá observar o universo no infravermelho, ou seja, no mesmo comprimento de onda do SOFIA e assim poderá ajudar a revelar os segredos do centro da Via Láctea.
Mais uma vez o SOFIA e o centro da Via Láctea nos surpreendendo e nos revelando imagens maravilhosas.
Fontes:
https://www.caltech.edu/about/news/flying-observatory-maps-our-galaxy
https://www.nasa.gov/feature/sofia-reveals-new-view-of-milky-way-s-center