Plutão começa o ano de 2016, como terminou o de 2015, nos surpreendendo. A última imagem de alta resolução do planeta anão, mostra uma marca na superfície de Plutão, na forma da letra “X”, indicando uma intrigante atividade na sua superfície.
Transmitida na véspera do natal, no dia 24 de Dezembro de 2015, essa imagem feita pelo instrumento LORRI da sonda New Horizons, é a imagem de mais alta resolução até agora, feita da região central da Planície Sputnik.
A Planície Sputnik tem uma elevação muito menor do que a maior parte do terreno ao seu redor, mas não é completamente plana. Sua superfície é separada em células, ou polígonos de 16 a 40 quilômetros de largura, e quando observados de um ângulo com o Sol baixo, onde é possível ver as sombras projetadas, as células, parecem ter centros levemente soerguidos e margens com algo parecido com cadeias de montanhas com cerca de 100 metros de elevação média.
Os cientistas da missão acreditam que o padrão de células surge da vagarosa convecção térmica dos gelos dominados por nitrogênio que preenchem a Planície Sputnik. Um reservatório que provavelmente tem alguns quilômetros de profundidade em alguns lugares, o nitrogênio sólido é aquecido nas profundezas pelo modesto calor interno de Plutão, tornando-se flutuante, e então sobe em grandes bolhas. À medida que essas bolhas sobem, elas resfriam e afundam novamente renovando o ciclo.
“Essa parte de Plutão age como aquelas lâmpadas de lava”, disse William McKinnon, vice líder do New Horizons Geology, Geophysics and Imaging Team, da Universidade de Washington em St. Louis, “você pode imaginar uma lâmpada de lava, tão grande e tão profunda como uma baía normal aqui na Terra”.
Modelos computacionais rodados pela equipe da New Horizons, mostram que essas bolhas de nitrogênio sólido, podem se desenvolverem vagarosamente e se fundirem em milhões de anos. As margens com cadeias de montanhas, que marcam o ponto onde o nitrogênio resfriado afunda, podem ser pinchadas e abandonadas. A feição em forma da letra “X”, é provavelmente uma dessas regiões, uma antiga junção quádrupla, onde, 4 células de convecção se encontraram. Numerosas, e ativas, junções triplas podem ser vistas por todo lado no mosaico feito pelo LORRI.
Fonte:
http://www.nasa.gov/feature/x-marks-a-curious-corner-on-pluto-s-icy-plains