Essa imagem colorida mostra uma área situada na região de Noctis Labyrinthus em Marte, empoleirada numa parte alta da elevação Tharsis no curso superior do sistema de cânions Valles Marineris.
Obtida com o objetivo de imagear os brilhantes arcos dos nós do embasamento, a imagem também registrou a interação de dois distintos tipos de sedimentos carregados pelo vento. Ao redor dos nós do embasamento existe uma rede de sulcos avermelhados pálidos com uma complexa morfologia interligada. Esses sulcos pálidos se assemelham aos mais simples “sulcos eólicos transversais”, ou TARs, como são conhecidos e que são comuns nas regiões equatoriais de Marte.
Os TARs ainda são pouco entendidos, e são atribuídos a dunas produzidas pela reversão dos ventos, às ondulações de granulação grossa, ou aos depósitos de poeira endurecida. As observações feitas pela câmera HiRISE dos TARs têm mostrado que essas feições são estáveis com o passar do tempo, sugerindo que eles se formam de forma lenta ao longo de um tempo longo, maior do que a duração da missão MRO, ou que eles se formaram no passado durante períodos com condições atmosféricas muito diferentes das atuais.
Dunas de areia escura correspondem ao segundo tipo de sedimento carregado pelo vento visível nessa imagem. As dunas de areia escura vistas logo abaixo do centro da imagem apresenta feições que são comuns a duas de areias ativas observadas pela HiRISE em outros lugares de Marte, incluindo conjuntos de pequenas ondulações cruzando o topo da duna. Em muitos casos, é o movimento dessas ondulações menores que dirige o avanço das dunas de areia marcianas. As dunas escuras são feitas de grãos compostos de minerais ricos em ferro derivados de rochas vulcânicas em Marte, diferente das dunas pálidas ricas em quartzo típicas da Terra.
Essa imagem, claramente mostra a areia escura situada no topo da pálida rede TAR, indicando que as dunas de areia são mais jovens que os TARs. Além disso, a aparência jovem das dunas de areia sugere que elas estão atualmente ativas e podem ajudar a moldar a morfologia incomum do TAR por jateamento dos TARs no ambiente atual.
A imagem original foi adquirida no dia 31 de Agosto de 2013 pela HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), uma câmera a bordo da sonda da NASA, Mars Reconnaissance Orbiter, ou MRO. A câmera HiRISE é operada pela Universidade do Arizona em Tucson.
Fonte:
http://www.nasa.gov/content/two-generations-of-windblown-sediments-on-mars/#.UkOf8oZ6Y7s