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26 de dezembro de 2024

Imagem da Sonda LRO Mostra Detalhe de Uma Região do Mare Procellarum da Lua

Essa porção de uma cadeia de dobramento na parte sul do Oceanus Procellarum, localizada nas coordenadas 2.18?N, 48.55?W da Lua e  possui muitos pedaços de rochas reunidos no seus taludes. Esses pedaços de rochas estão erodindo a cadeia de dobramento. Como nós podemos afirmar isso? Nessa imagem não existem crateras de impacto novas que poderiam expelir os pedaços de rocha sobre a cadeia de dobramento. Mesmo se os pedaços de rochas viesse de uma cratera de impacto distinta, nós esperaríamos que esses pedaços de rochas fosse distribuídos de maneira mais aleatória, ao invés de se colocarem de maneira linear na cadeia. Qual o mecanismo de erosão que está funcionando? Não existe vento ou chuva na Lua. Muito provavelmente micormeteoritos estão vagarosamente expelindo partículas de regolito, deixando para trás o embasamento que foi fraturado pela falha que resultou na formação da cadeia. Muitas outras cadeias de dobramento observadas na Lua também têm pedaços de rochas que na sua maioria provavelmente foram gerados pela erosão da cadeia de dobramento.

As cadeias de dobramento são feições tectônicas fascinantes encontradas em quase todos os mares da Lua. Elas normalmente possuem um relevo arqueado distinto e baixo com um talude mais íngreme sobreposto ao arco. Uma teoria diz que a formação das cadeias de dobramento é descrita como uma simples cadeia de eventos e esforços físicos. Os cientistas acreditam que as cadeias de dobramento se formam devido a forças criadas quando grandes quantidades de basalto de mares da Lua são expelidos sobre a rocha já existente. O basalto é muito mais denso do que o material da crosta onde ele é depositado. À medida que o basalto preenche as áreas baixas na crosta, o aumento do peso faz com que a crosta se parta. À medida que a crosta responde a esse peso ela muda de forma, as forças devido a essa mudança de forma agem no basalto acima da crosta. O depósito de basalto acaba sendo comprimido. A tensão no basalto devido a essa compressão produz falhas dentro do basalto. Quando uma falha se forma no mar, o efeito que nós vimos na superfície é uma cadeia de dobramento. O interessante é que as cadeias de dobramentos na Lua no basalto são causadas pelo próprio basalto.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/413-Zebra-Stripes.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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