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22 de dezembro de 2024

Hubble Registra 140 Mil Galáxias Numa Gigantesca E Espetacular Imagem Em Ultravioleta

O Telescópio Espacial Hubble mostrou toda a sua capacidade em mais uma imagem realmente espetacular, mais uma vez, uma imagem de uma pequena área do céu mostrando milhares e milhares de galáxias. Nessa imagem aparecem galáxias para todos os gostos, algumas aparecem de frente, outras aparecem como ovais, outras como discos e espirais, enquanto outras são vistas de lado. Essa imagem é diferente das demais já feitas pelo Hubble, pois agora temos incluindo nessa bela imagem observações feitas na luz ultravioleta.

A luz ultravioleta captada pelo Hubble vem de estrelas mais massivas, que também são as mais jovens e as mais quentes, e assim sendo, esse tipo imagem fornece uma ótima visão aos astrônomos sobre como anda o processo de formação de estrelas em galáxias próximas e distantes.

Os pesquisadores usaram o Telescópio Espacial Hubble e adquiriram imagens no ultravioleta de galáxias distantes numa região do céu que já é estuda pelo Hubble e que é conhecida como CANDELS, Cosmic Assembly Near-Infrared Deep Extragalactic Legacy Survey. Os pesquisadores vasculharam uma quantidade do céu equivalente a cerca de 60% do tamanho da Lua Cheia. No todo, o novo programa, chamado agora de UVCANDELS, com o UV na frente indicando a aquisição de dados no ultravioleta, registrou cerca de 140 mil galáxias usando para isso 10 dias do tempo de observação do Hubble.

O resultado de tudo isso é nada mais nada menos que o maior levantamento ultravioleta já feito com o Hubble de galáxias distantes até hoje. Os pesquisadores dizem que as imagens irão ajudar a tentar resolver um mistério que remonta aos primeiros capítulos de vida do nosso universo, uma época conhecida como reonização. Esse período é marcado quando a luz ultravioleta extrema, ou de alta energia, das primeiras estrelas e das primeiras galáxias ionizou a névoa de gás hidrogênio existente no universo naquele momento, isso dividiu os átomos em elétrons e prótons carregados. Depois que a névoa dissipou, a luz pôde viajar pelo universo sem impedimento algum, pondo fim assim à chamada era das trevas. Exatamente como isso aconteceu não está muito claro para os pesquisadores, mas estudando a luz ultravioleta extrema emitida por galáxias distantes, será possível reunir pistas para resolver esse grande mistério do universo.

O que os pesquisadores fazem o seguinte, é impossível estudar a luz ultravioleta proveniente das primeiras galáxias, então eles estudam a luz de galáxias localizadas a cerca de 11 bilhões de anos-luz de distância da Terra e não 13 bilhões de anos-luz, essas galáxias são usadas como galáxias análogas, e assim os pesquisadores podem estudar as condições físicas que permitiram que as primeiras galáxias causassem a reionização do universo.

Fonte:

https://www.caltech.edu/about/news/thousands-of-galaxies-shine-in-ultraviolet-light-in-new-hubble-image

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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