fbpx

Hubble Observa Uma Gigantesca Colisão de Galáxias

Uma das especialidades do Telescópio Espacial Hubble é fazer belos e importantes registros de galáxias colidindo e se fundindo pelo universo. E esse é um belo exemplo desse tipo de fenômeno. O que a gente vê nessa bela imagem do Hubble são duas galáxias, catalogadas como NGC 2292 e NGC 2293, se encontrando e em processo de fusão uma com a outra. Toda essa cena registrada pelo Hubble tem cerca de 109 mil anos-luz de diâmetro, o que é algo parecido com o diâmetro da Via Láctea.

A cor que domina a cena corresponde ao brilho de estrelas vermelhas velhas localizadas nas duas galáxias, porém ainda é possível ver na parte inferior da imagem um resto da estrutura espiral. Esse braço tem um brilho azulado devido à presença de aglomerados de estrelas recém-nascidos. É possível ver ainda dois pontos mais brilhantes, que representam a região central de cada uma das galáxias, com uma grande quantidade de estrelas orbitando os buracos negros supermassivos de cada uma delas.

Esse é um belo exemplo de colisão de galáxias. Quando as duas galáxias espirais colidem, elas perdem seus discos espirais e as estrelas são misturadas nessa forma ovalada, formando uma galáxia elíptica. Nesse caso específico, a fusão dessas duas galáxias pode formar na verdade uma galáxia elíptica gigante. Isso vai depender muito da trajetória específica que  o par de galáxias em colisão irá seguir. Esse tipo de cenário é bem raro, e os astrônomos até o momento só detectaram algumas dessas situações no universo.

O braço espiral que aparece de forma fraca na parte inferior da imagem, pode representar o início do processo de se reconstruir uma galáxia espiral, dizem os astrônomos. O braço acaba por englobar as duas galáxias, ele foi formado, provavelmente quando o gás interestelar foi comprimido, à medida que as duas galáxias começaram a se fundir em uma só. A densidade maior de gás e poeira leva à formação de novas estrelas.

Essa dupla dinâmica de galáxias se localiza a aproximadamente 120 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Canis Major, não foi fácil nem para o Hubble fazer essa imagem devido a posição da galáxia, com muita estrela da nossa galáxia na frente e muitas outras galáxias que aparecem no campo de visão.

Esse par de galáxias e outros objeto similares foram marcados pelos cientistas cidadãos usando o programa Galaxy Zoo, onde voluntariamente as pessoas caçam galáxias com formatos estranhos, inusitados e interessantes. O astrônomo William Keel da Universiade do Alabama incluiu alguns desses objetos dentro do programa do Hubble, conhecido como Gems of the Galaxy Zoos, que está observando alguns tipos de raras galáxias durante períodos de tempo entre as observações programadas do Hubble. E nesse caso, as imagens do Hubble trouxeram novos detalhes sobre o encontro das duas galáxias.

Keel especula que o destino final do par será uma galáxia espiral gigantesca e luminosa parecida com a UGC 2885, a Galáxia de Rubin, que tem cerca do dobro do diâmetro da Via Láctea.

O Telescópio Espacial Hubble é um projeto de cooperação internacional entre a NASA e a ESA. O Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, gerencia o telescópio. O Space Telescope Science Institute, ou STScI, em Baltimore, Maryland, conduz as operações científicas do Hubble. O STScI é operado para a NASA pela Association ou Universities for Research in Astronomy, em Washington, D.C.

Fonte:

https://www.nasa.gov/feature/goddard/2020/hubble-finds-greater-pumpkin-galaxy-pair

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo