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27 de novembro de 2024

HUBBLE OBSERVA PAR DE BURACOS NEGROS SUPERMASSIVOS EM ROTA DE COLISÃO | SPACE TODAY TV EP.1889

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Vamos falar novamente sobre buracos negros supermassivos, que tal?

Antes, quero indicar para vocês, o documentário sobre buracos negros na Netflix, não é jabá não, é porque é bom mesmo, aliás muito bom. Assistam.

Como eu disse ontem, buracos negros são os objetos mais exóticos e misteriosos do universo.

E vocês vão entender isso um pouco mais nesse vídeo.

Antes, precisamos falar que no universo existe algo interessante que acontece que é a fusão de galáxias.

Galáxias se fundem, colidem e isso é até fundamental para a evolução do próprio universo.

Outra coisa que a gente sabe é que a maior parte das grandes galáxias possuem no seu centro um buraco negro supermassivo, aliás assistam o documentário para entender como os astrônomos chegaram a essa conclusão.

Então se a maior parte das galáxias possuem buracos negros supermassivos centrais e as galáxias se fundem no universo, quer dizer que os buracos negros supermassivos também se fundem, correto?

Correto nada, pois esse é um dos grandes mistérios da astronomia.

Os astrônomos não sabem se os buracos negros supermassivos se fundem ou se eles ficam eternamente numa dança entre eles.

Na astronomia, existe um problema conhecido como o Problema do Parsec Final, esse problema nos diz que os buracos negros supermassivos, chegam a uma distância de 1 parsec entre eles, ou seja, 3.2 anos-luz e depois param, não chegam a colidir.

Mas aí é outro problema, não sabemos se esse problema realmente existe ou não.

Como será difícil observar dois buracos negros tão próximos, uma ideia é detectar buracos negros supermassivos em pares, um pouco mais distantes.

A uma determinada distância, os buracos negros supermassivos já emitem ondas gravitacionais, e ao detectar essas ondas gravitacionais seria possível saber se o Problema do Parsec Final existe ou não.

Se o problema do Parsec Final não existir, o universo está repleto de ondas gravitacionais emitidas por todas as fusões ocorridas.

Isso gera um ruído que é conhecido como o ruído de fundo das ondas gravitacionais, não é possível discernir, mas é possível saber quantos buracos negros se fundiram.

Os nosso detectores ainda não conseguem detectar esse tipo de onda gravitacional, isso ainda vai levar uns 5 anos usando outros métodos.

Mas o que é possível fazer agora?

Detectar pares de buracos negros supermassivos em rota de colisão.

E foi isso que o Hubble fez.

Detctou numa galáxia localizada a cerca de 2.5 bilhões de anos-luz de distância da Terra, dois buracos negros supermassivos cada um deles com uma massa superior a 800 milhões de vezes a massa do Sol e separados por 430 parsec.

O principal, esses dois buracos negros se encontram em rota de colisão.

Com isso, sabendo a massa e o afastamento, os astrônomos puderam estimar, quantos buracos negros eles poderiam encontrar na vizinhança da Via Láctea emitindo ondas gravitacionais, e chegaram ao número de 112.

Embora pareça pouca coisa que podemos extrair disso, são informações muito importantes para restringir os modelos que são elaborados.

Além disso, conhecendo a galáxia com esses pares de buracos negros em colisão, os astrônomos podem procurar outros exemplos e isso vai melhorar a previsão deles.

#Hubble #BuracosNegros

Fontes:

https://www.simonsfoundation.org/2019/07/10/supermassive-black-holes-collision-course/

https://arxiv.org/pdf/1907.03757.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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