Astrônomos usando a visão infravermelha do Telescópio Espacial Hubble descobriram os misteriosos anos iniciais dos quasares, os objetos mais brilhantes do universo. As nítidas imagens do Hubble mostram as caóticas colisões galácticas que deram origem aos quasares alimentando sua fonte de energia: um buraco negro supermassivo central devorando material.
“As observações do Hubble estão nos dizendo definitivamente que o pico de atividade dos quasares no início do universo é guiado pelas galáxias em colisão e então pela fusão dessas galáxias”, disse Eilat Glikman do Middlebury College em Vermont. “Nós estamos vendo os quasares na adolescência, quando eles estavam crescendo rapidamente e desarrumados”.
Descobertos nos anos 1960, um quasar (contração de “objeto quasi-estelar”) expele luz equivalente a um trilhão de estrelas de uma região do espaço menor do que o nosso Sistema Solar. Levou mais de duas décadas de pesquisa para se chegar à conclusão que o fluxo de energia vinha de buracos negros dentro dos núcleos de galáxias muito distantes.
Uma pergunta persistia: Como esses brilhantes faróis foram ligados? Agora o Hubble nos forneceu a melhor resposta. “As novas imagens capturaram a fase transicional no cenário de fusão dos buracos negros”, disse Glikman. “As imagens do Hubble são incrivelmente belas”.
“Nós estamos entendendo entender por que as galáxias começaram a alimentar seus buracos negros centrais, e as colisões galácticas lidera as hipóteses. Essas observações mostram que os quasares mais brilhantes no universo realmente ganham vida nas galáxias em fusão”, disse o copesquisador Kevin Schawinski do Swiss Federal Institute of Technology em Zurique.
Apesar de ter sido teorizado anteriormente que as fusões de duas galáxias poderiam ser o mecanismo, o brilho intenso dos quasares se sobrepunha à luz da galáxia, tornando-se muito difícil observar os sinais das fusões.
Glikman usou de uma maneira inovadora a sensibilidade do Hubble no comprimento da luz infravermelha para ver as galáxias hospedeiras. A natureza deu uma mão produzindo alguns quasares que estavam fortemente escondidos na poeira. A poeira diminui a luz visível do quasar de modo que a galáxia hospedeira pudesse ser vista.
Os quasares são iluminados pois as forças gravitacionais envolvidas na fusão roubam boa parte do momento que mantém o gás suspenso nos discos das galáxias em colisão. O gás então cai diretamente em direção aos buracos negros supermassivos. A zona de acreção ao redor do buraco negro está tão cheia de combustível que converte essa matéria num jato de radiação que atravessa o universo.
Glikman procurou por um candidato que na verdade seria um quasar com poeira avermelhada em algumas imagens feitas por telescópios em terra e por rádio telescópios em infravermelho. As galáxias ativas nessa fase inicial da evolução são previstas brilharem intensamente através de todo o espectro eletromagnético, fazendo com que elas sejam detectáveis em comprimentos de onda de rádio e do infravermelho próximo que não são facilmente obscurecidas como outras radiações.
Ela então usou a Wide Field Camera 3 do Hubble para dar uma olhada detalhada nos melhores alvos candidatos. Glikman observou na luz da poeira avermelhada de 11 quasares ultra brilhantes que existia um pico na era de formação de estrelas do universo, que foi a 12 bilhões de anos atrás. A capacidade infravermelha da Wide Field Camera 3 do Hubble foi capaz de pesquisar profundamente no coração dessa era de quasares.
Fonte:
http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2015/20/full/