A imagem da semana hoje, publicada pelo site do Telescópio Espacial Hubble mostra novas visões da natureza dupla da estrela AG Carinae, que foi o alvo do telescópio espacial na sua imagem comemorativa dos seus 31 anos no espaço, feita em abril de 2021. Essa nova perspectiva foi desenvolvida graças às observações feitas pelo Hubble da estrela em 2020 e em 2014, juntamente com outras imagens coletadas pelo antigo instrumento do Hubble, a WFC2 em 1994.
A primeira imagem mostra os detalhes das emissões de hidrogênio ionizado e nitrogênio ionizado da nebulosa vista em vermelho nas imagens. Na segunda imagem, a cor azul demonstra a aparência contrastante da distribuição de poeira que brilha graças à reflexão da luz da estrela. Os astrônomos acreditam que as bolhas de poeira e filamentos se formaram ali dentro e tomaram essa forma graças aos poderosos ventos estelares.
A gigante estrela está travando a sua batalha interna entre a gravidade e a pressão de radiação para evitar a sua auto-destruição. A estrela está circundada por uma concha de gás em expansão e por poeira a nebulosa, que é moldada pelos poderosos ventos que emanam da estrela. A nebulosa tem cerca de 5 anos-luz de largura, o que equivale mais ou menos à distância do Sol até Alpha Centauri.
A AG Carinae é formalmente classificada como sendo uma Variável Azul Luminosa, já que ela é azul, ou seja, quente, muito luminosa e variável. Essas estrelas são bem raras pois não existem muitas estrelas tão massivas assim para se estudar. As Variáveis Azuis Luminosas perdem sua massa de forma contínua nos estágios finais de suas vidas, durante o período em que uma significante quantidade de material estelar é ejetado no espaço interestelar à sua volta, até que massa suficiente seja perdida de modo que a estrela atinja um estado estável.
A AG Carine é circundada por uma nebulosa espetacular, formada por material ejetado pela estrela durante algumas de suas explosões. A nebulosa tem aproximadamente 10 000 anos de vida e a velocidade observada do gás é de aproximadamente 70 km/s. Enquanto que essa nebulosa pareça com um anel, ela é de fato uma concha rica em gás e poeira com uma cavidade que teve o seu centro limpo pelo poderoso vento estelar que viaja a aproximadamente 200 km/s. O gás, composto na sua maioria de hidrogênio e nitrogênio ionizados é visto por nós nessas imagens como sendo um espesso e brilhante anel vermelho que aparece em dobro em alguns lugares. A poeira, aqui visível em azul, forma algumas aglomerações, bolhas e filamentos que são moldados pelo vento estelar.
Os cientistas que observam a estrela e a nebulosa ao redor notaram que o anel não é perfeitamente esférico, ele parece ter uma simetria bipolar, indicando que o mecanismo que produziu as explosões pode ter sido causado pela presença de um disco no centro, ou pelo fato da estrela não estar sozinha e ter uma companheira, ou seja, ela seria uma estrela binária. Uma teoria alternativa e simples é que a estrela gira muito rápido, como o que acontece normalmente com muitas estrelas massivas.
Crédito:
ESA/Hubble and NASA, A. Nota, C. Britt
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