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Hubble Faz Bela Imagem da NGC 6503 – A Galáxia Perdida no Espaço

NGC 6503

Embora o universo possa parecer espaçoso, a maior parte das galáxias são encontradas em grupos ou aglomerados e uma vizinha, nunca está muito longe da outra. Mas, essa galáxia, conhecida como NGC 6503, foi encontrada em uma posição isolada, mostrada aqui na borda de uma estranha porção vazia do espaço, chamada de Vazio Local. Essa nova imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble das agências NASA e ESA mostra um conjunto rico de cores, aumentando assim os detalhes observados em imagens anteriores.

A NGC 6503 está a cerca de 18 milhões de anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Draco, o Dragão, fazendo dela uma das vizinhas mais próximas do nosso Grupo Local. Ela se espalha por cerca de 30000 anos-luz, cerca de um terço do tamanho da Via Láctea. A localização solitária da galáxia levou o observador Stephen James O’Meara a apelida-la de a Galáxia Perdida no Espaço, em seu livro de 2007, Hidden Treasures.

Essa galáxia não somente oferece uma inspiração poética, ela também é tema de pesquisas importantes que estão em andamento. O projeto Hubble LEgacy ExtraGalactic UV Survey, ou LEGUS, está explorando uma amostra de galáxias próximas, incluindo a NGC 6503, para estudar sua forma, sua estrutura interna, e as propriedades e o comportamento de suas estrelas. Essa pesquisa usa 154 órbitas do Hubble, para se ter uma noção comparativa, programas de observação típicos do Hubble duram cerca de poucas dezenas de órbitas.

O Vazio Local é uma porção do espaço que tem cerca de 150 milhões de anos-luz de diâmetro que aparenta ser curiosamente desprovido de galáxias. Os astrônomos usando o Hubble, descobriram que o vazio dessa região tem um grande efeito no espaço ao nosso redor – a Via Láctea está sendo fortemente puxada para longe dele pela fraca, porém constante força de outras galáxias próximas.

The area around XZ Tauri (ground-based image)

A NGC 6503 localiza-se bem na borda desse vazio. Ela tem um bulbo central quase que inexistente circundado por um massivo halo de gás. A região central da galáxia é um bom exemplo de algo conhecido como região de emissão nuclear de baixa ionização, ou LINER. Essas são menos luminosas do que algumas das galáxias mais brilhantes. A emissão do coração da NGC 6503 acredita-se seja o resultado de um buraco negro faminto que está somente sendo mantido ativo, recebendo uma pequena quantidade de gás para manter o seu grande apetite.

Uma imagem anterior da NGC 6503 foi lançada pelo Hubble como Hubble Picture of the Week em 2010, e foi feita pela Advanced Camera for Surveys do telescópio. Contudo, essa nova imagem, foi feita usando a Wide Field Camera 3 (WFC3), e mostra a NGC 6503 em grande detalhe e com um conjunto de cores muito mais rico. Brilhantes porções vermelhas de gás podem ser vistas se espalhando através dos braços espirais, misturadas com regiões azuis brilhantes que contêm estrelas recém formadas. Linhas de poeira escuras e marrons serpenteiam os braços da galáxia e o seu centro, dando a ela um aspecto manchado.

Instalada em 2009 durante a última missão de serviço do Hubble, a SM4, a WFC3 cobre um grande intervalo do espectro, do ultravioleta até o infravermelho próximo. Se comparada com a sua antecessora, a Wide Field and Planetary Camera 2, ou a WFPC2, ela oferece uma resolução melhor e um campo maior de visão, e tem feito um grande número de imagens espetaculares desde a sua instalação no Hubble.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/news/heic1513/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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