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Hubble Estuda Seis Sistemas De Galáxias Em Fusão

Para celebrar o ano novo de 2021, o Telescópio Espacial Hubble das agências espaciais NASA e ESA publicou uma montagem com seis belas fusões de galáxias. Cada um desses sistemas em fusão foi estudado como parte do recente programa chamado de HiPEEC, que tem como objetivo investigar a taxa com a qual novas estrelas se formam dentro de cada um desses sistemas. Essas interações são fundamentais para a evolução das galáxias e estão entre os eventos mais espetaculares que podem acontecer durante a vida de uma galáxia.

É durante os raros eventos de fusão que as galáxias passam por transformações dramáticas nas suas aparências e na quantidade de estrelas. Esses sistemas são laboratórios perfeitos para que se possa traçar a formação de aglomerados estelares sob condições físicas extremas.

A Via Láctea normalmente forma aglomerados de estrelas com massas que são 10 mil vezes a massa do Sol. Isso nem se compara com as massas dos aglomerados de estrelas que se formam na colisão das galáxias, que podem atingir milhões vezes a massa do Sol.

Esses sistemas estelares densos são também muito luminosos. Mesmo depois da colisão, quando, quando o sistema galáctico resultando começa a entrar numa fase mais calma, esses aglomerados estelares muito massivos brilharão na sua galáxia hospedeira, como uma testemunha da fusão passada entre as galáxias.

Estudando as seis fusões de galáxias mostradas aqui, o programa conhecido como Hubble Imaging Probe of Extreme Environmets and Clusters, ou HiPEEC, investigou como os aglomerados de galáxias são afetados durante as colisões pelas mudanças rápidas que drasticamente aumentam a taxa com a qual novas estrelas estão se formando nas galáxias. As capacidades do Hubble têm feito possível resolver os grandes nós de formação de estrelas e descobrindo ali numerosos e jovens aglomerados de estrelas. As observações em ultravaioleta e em infravermelho do Hubble feitas desses sistemas foram usadas para derivar as idades dos aglomerados de estrelas, as massas e as extinções e também servem para analisar a taxa de formação de estrelas dentro das seis galáxias em fusão. O estudo feito pelo programa HiPEEC revela que as populações dos aglomerados de estrelas estão passando por uma grande e rápida variação em suas propriedades, com os aglomerados mais massivos se formando na fase final de fusão entre as galáxias.

Fonte:

https://esahubble.org/news/heic2101/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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