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Hubble E O Seu Poder De Observar O Universo Com Lentes Gravitacionais

Essa intrigante observação feita pelo Telescópio Espacial Hubble mostra uma galáxia sofrendo o efeito de lente gravitacional. A galáxia tem um nome nada comum, ela se chama, SGAS J143845+145407, onde as letras SGAS designam o projeto que a descobriu e os números depois do J a sua localização no espaço. O interessante de se notar, é que a lente gravitacional resultou numa imagem espelhada da galáxia no centro dessa imagem criando uma imagem interessante.

As lentes gravitacionais ocorrem quando um corpo celeste massivo, no caso um aglomerado de galáxias, tem massa o suficiente para curvar o espaço-tempo e assim curvar também a trajetória da luz que passa perto do aglomerado. O objeto que causa esse efeito de curvar a luz é chamado de lente gravitacional. As lentes gravitacionais podem resultar em múltiplas imagens de uma galáxia original, como pode ser visto nessa imagem, ou pode também curvar o objeto mais distante criando arcos ou até mesmo anéis. Outra importante consequência das lentes gravitacionais é a ampliação, o que permite que os astrônomos possam observar e estudar objetos que até então eram muito distantes para serem estudados somente pelos telescópios.

O Hubble é um instrumento especial para detectar lentes gravitacionais. A sensibilidade e a visão límpida do telescópio espacial permite que os astrônomos possam ver lentes gravitacionais distantes e apagadas que não podem ser detectadas por telescópios em Terra devido ao efeito da atmosfera nas observações. O Hubble foi o primeiro telescópio a resolver em detalhes as imagens geradas pelas lentes gravitacionais, com a capacidade de fazer imagens tanto da forma como da estrutura interna das galáxias.

Essa galáxia em particular que aparece nessa imagem do Hubble vem de um conjunto de observações feitas pelo telescópio espacial que usam a vantagem das lentes gravitacionais para poder espiar as galáxias localizadas no início do universo. A lente gravitacional revela detalhes das galáxias distantes que até então eram impossíveis de serem notados e isso permite que os astrônomos possam determinar como era a formação de estrelas nas galáxias primordiais do universo. Com isso, os astrônomos podem ter uma ideia muito melhor sobre como se deu toda a evolução das galáxias de maneira geral.

Fonte:

https://esahubble.org/images/potw2229a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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