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25 de novembro de 2024

Hubble Descobre Estrelas Mortas Poluídas Com Detritos Planetários

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observatory_150105O Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA encontrou sinais de planetas parecidos com a Terra em um lugar improvável: a atmosfera de um par de estrelas que estão morrendo num aglomerado estelar próximo. As estrelas do tipo anãs brancas estão poluídas por detritos de objetos parecidos com asteroides que estão caindo em direção a elas. Essa descoberta sugere que planetas rochosos se formam em aglomerados, dizem os pesquisadores.

As estrelas, conhecidas como anãs brancas, ou seja, pequenas e apagadas remanescentes de estrelas que uma vez foram como o Sol, residem a 150 anos-luz de distância da Terra no aglomerado estelar das Hyades, na constelação de Taurus, o Touro. O aglomerado é relativamente jovem, com somente 625 milhões de anos de vida.

Os astrônomos acreditam que todas as estrelas se formaram em aglomerados. Contudo a busca por planetas nesses aglomerados nunca levou a nada., dos aproximadamente 800 exoplanetas conhecidos somente quatro são conhecidos orbitando estrelas em aglomerados. Essa escassez pode ser devido à natureza doas aglomerados de estrelas, que são jovens e ativos, produzindo labaredas estelares e outras explosões que podem tornar difícil o estudo delas em detalhe.

Um novo estudo liderado por Jay Farihi da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, observou por sua vez estrelas aposentadas em aglomerados atrás de planetas em formação.

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As observações espectroscópicas do Hubble identificaram silício na atmosfera de duas anãs brancas, o silício é um dos principais ingredientes que constituem os planetas rochosos como a Terra e outros planetas terrestres no Sistema Solar. Esse silício pode ter vindo de asteroides que foram atraídos pela gravidade das anãs brancas quando eles passaram bem perto das estrelas. Os detritos rochosos provavelmente formaram um anel ao redor das estrelas mortas, que então afunilou o material em direção a elas.

Os detritos detectados circulando as anãs brancas sugerem que os planetas terrestres se formaram quando essas estrelas nasceram. Depois das estrelas terem se colapsado para formar anãs brancas, o gás restante de planetas gigantes pode ter unido gravitacionalmente os membros restantes de qualquer asteroide deixado para trás e colocado numa órbita ao redor da estrela.

“Nós identificamos evidências químicas dos blocos fundamentais dos planetas rochosos”, disse Farihi. “Quando essas estrelas nasceram, elas geraram planetas , e existe uma boa chance que elas atualmente retenham alguns deles. Os sinais dos detritos rochosos que nós estamos vendo são evidências disso, isso é no mínimo tão rochoso quanto os corpos terrestres primitivos no nosso Sistema Solar”.

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Além de encontrar silício nas atmosfera das estrelas das Hyades, o Hubble também detectou baixos níveis de carbono. Esse é outro sinal da natureza rochosa dos detritos, já que os astrônomos sabem que os níveis de carbono devem ser bem baixo em material rochoso como a Terra. Encontrar essa assinatura química apagada necessitou o uso do poderoso Cosmic Origins Spectrograph, ou COS, do Hubble, já que as marcas do carbono podem se detetadas somente na luz ultravioleta, que não pode ser observada pelos telescópios baseados na Terra.

“Uma coisa que a técnica de poluição da anã branca nos deu e que nós não é possível de fazer com nenhuma outra técnica de detecção de exoplanetas é identificar a química dos planetas sólidos”, disse Farihi. “Com base na razão silício-carbono identificada em nosso estudo, por exemplo, nós podemos na verdade dizer que esse material é basicamente semelhante ao material da Terra”.

Esse novo estudo sugere que asteroides com menos de 160 quilômetros de diâmetro foram gravitacionalmente partidos pela intensa força de maré das estrelas anãs brancas, antes eventualmente de caírem em direção às estrelas mortas.

A equipe planeja analisar mais estrelas anãs brancas usando a mesma técnica para identificar não somente composições rochosa, mas também para analisar os corpos gerados. “A beleza dessa técnica é que não importa o que o universo esteja fazendo, nós seremos capazes de medir”, disse Farihi. “Nós temos usados o Sistema Solar como um tipo de mapa, mas nós não sabemos o que o resto do universo faz. Com o Hubble e com o seu poderoso espectrógrafo ultravioleta COS e com os telescópios terrestres que estão para surgir com 30 e 40 metros de diâmetro, nós esperamos ser capazes de contar mais dessa história”.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/news/heic1309/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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