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Hubble Captura o Fantasma Galáctico

Para celebrar o Halloween em 2019, o Telescópio Espacial Hubble capturou essa nova imagem que mostra duas galáxias de tamanho igual numa colisão que está resultando numa cara fantasmagórica. Essa imagem foi adquirida em 19 de Junho de 2019, na luz visível usando a Advanced Camera for Surveys, do telescópio espacial.

Embora colisões entre galáxias sejam comuns, especialmente no universo primordial, a maior parte desses impactos não são de frente, como a colisão que provavelmente criou esse sistema Arp-Madore localizado a 704 milhões de anos-luz de distância da Terra. Esse encontro violento deu ao sistema uma estrutura anelada, mas por um período de tempo curto. O impacto puxou e esticou os discos das galáxias compostos por gás, poeira e estrelas, formando um anel de intensa formação de estrelas que parece moldar o nariz e algumas feições faciais do sistema.

This image shows a ground-based wide-field view of the region around NGC 6752 from the Digitized Sky Survey 2.

Galáxias anelares são raras, e poucas centenas delas residem na nossa vizinhança cósmica. Para criar esse anel, as galáxias devem colidir na orientação perfeita, de modo que a interação delas cria o anel e muito antes delas se fundirem completamente, escondendo o seu passado bagunçado.

A justaposição lado a lado dos dois bulbos centrais das estrelas das galáxias que nós podemos ver nessa imagem é bem incomum. Os bulbos é que formam os olhos do nosso fantasma galáctico e parecem ter o mesmo tamanho, a partir disso podemos inferir que as duas galáxias envolvidas nessa colisão tinham o mesmo tamanho. Isso é diferente da maior parte das colisões comuns onde galáxias pequenas são engolidas por suas vizinhas maiores.

 Esse sistema é catalogado como Arp-Madore 2026-424, ou AM 2026-424, no Catalogue of Southern Peculiar Galaxies and Associations de Arp-Madore. O astrônomo Halton Arp publicou seu compêndio de 338 galáxias incomuns em interação em 1966. Seu parceiro, o astrônomo Barry Madore, aumentou a pesquisa para encontros galácticos únicos no céu do hemisfério sul. Algumas milhares de galáxias são listadas na pesquisa feita em 1987.

O Hubble observou esse sistema único como parte do seu programa snapshot, que usa o tempo ocioso do telescópio entre observações programadas para fazer imagens adicionais do universo. Os astrônomos planejam usar esse programa do Hubble para dar uma olhada melhor em muitas outras galáxias incomuns que estejam interagindo. O objetivo é compilar uma amostragem robusta de galáxias em interação que sejam próximas da Terra, e que podem oferecer uma ideia sobre como as galáxias crescem com o passar do tempo a partir de fusões galácticas. Analisando essas observações detalhadas do Hubble, os astrônomos serão capazes de decidir quais sistemas serão alvos primordiais para observações de acompanhamento que serão feitas com o Telescópio Espacial James Webb, que está programado para ser lançado em 2021.

Fonte:

https://www.spacetelescope.org/news/heic1919/?lang

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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