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HUBBLE 30 ANOS – OS PILARES DA CRIAÇÃO | SPAXCE TODAY TV EP2195

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Depois da primeira missão de serviço que arrumou o espelho do Hubble e instalou uma nova câmera no telescópio espacial, o instrumento começou a fazer imagens e coletar dados surpreendentes para a astronomia.

Eu ainda vou falar da observação da colisão do cometa Shoemaker-Levy-9 com Júpiter, que foi um grande marco depois da primeira missão de serviço, mas esse será um vídeo mais especial, pois só esse evento mereceu uma edição especial da revista Science e cerca de 20 Press-releases no site oficial do Hubble.

Hoje eu vim aqui falar de outra coisa marcante, de uma imagem que ficou icônica e muito popular, estampa camisetas, capas de celular e travesseiros mundo afora.

Estou falando dos Pilares da Criação.

Mas vamos tentar explicar um pouco o que é essa imagem e algumas coisas importantes que poucos falam sobre ela.

Uma das coisas que desde sempre intriga os astrônomos é como as estrelas se formam, hoje, sabemos melhor tudo isso, mas lá em 1994/1995, muita coisa não passava de uma ideia.

E os Pilares da Criação estão intimamente ligados com isso.

Na verdade, os Pilares mostram o processo de formação de estrelas, na verdade mesmo, foi a primeira vez que esse processo foi observado pelos astrônomos, e é daí que vem o nome Pilares da Criação.

Os Pilares na verdade, são estruturas conhecidas pelos astrônomos como Tromba de Elefante, são torres de gás hidrogênio molecular e que por conta da alta densidade se destacam do resto da imagem.

Esses pilares de gás ficam localizados na Nebulosa da Água também conhecida como M16 e fica localizada a 6500 anos-luz de distância da Terra, na constelação da Serpente.

Na ponta dos pilares, está o que o Hubble realmente foi apontado para ver, os chamados EGGS, sigla, para Evaporating Gaseous Globules.

É aí, nesses glóbulos que novas estrelas estão se formando.

E o processo de formação de estrelas é revelado por um evento conhecido como fotoevaporação, ou seja, à medida que estrelas vão se formando, a radiação delas vai varrendo pra longe o gás, e isso revela essas estrelas em diferentes estágios de formação.

E isso leva a um processo muito interessante, as estrelas precisam do gás ao redor para se formar e para crescer, mas quando elas nascem, começam a emitir uma intensa radiação ultravioleta que varre o gás para longe, assim, ela começa a destruir esses pilares e para de crescer, só cresce com o gás que “caí” nela.

Como a quantidade de estrelas que estão se formando nos Pilares da Criação é muito grande, acredita-se que eles serão totalmente destruídos, ou seja, suas estrelas irão varrer para longe todo esse gás, então no futuro eles não mais existirão.

Mas tudo isso foi feito pelo Hubble, em 1995.

Porém o telescópio recebeu uma terceira câmera, a Wide Field Camera 3 e então em 2015 ele revisitou os Pilares da Criação.

E com essas novas imagens feitas em 2015, os astrônomos puderam realmente constatar que o nome mais correto para eles seriam Pilares da Destruição, pois estão sendo evaporados com a radiação ultravioleta das estrelas que estão ali se formando.

Mas em 2015, o Hubble fez uma imagem ainda mais espetacular, dos Pilares, fez uma imagem em infravermelho, no infravermelho próximo.

O infravermelho permite que se possa vez através da poeira e do gás denso e assim, com essa imagem, foi possível revelar a grande quantidade de estrelas presentes nos pilares.

Os pilares continuam até hoje intrigando a todos, muitas pessoas escolhem essa imagem como a imagem mais importante e mais marcante já feita nos 30 anos da história do Hubble.

E foi uma imagem que trouxe muito engajamento para a astronomia, o que é excelente.

Agora, imaginem quando o James Webb for lançado, como serão as imagens nos comprimentos de onda do infravermelho médio e distante que ele vai fazer dos pilares, a quantidade de informação que ele vai revelar será realmente incrível.

Enquanto o James Webb não é lançado, vocês decidem, são os Pilares da Criação, ou os Pilares da Destruição? Deixem nos comentários.

Fontes:

https://www.spacetelescope.org/news/heic1501/

https://hubblesite.org/contents/news-releases/1995/news-1995-44.html?Year=1995&itemsPerPage=100

#PILLARSOFCREATION #HUBBLE30 #SPACETODAY

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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