A matéria escura é distribuída através do universo em aglomerados gigantes na forma de bolas de futebol de acordo com as novas e indiretas imagens da misteriosa substância que mantém as galáxias e os aglomerados de galáxias juntos. O trabalho fornece mais evidências de que a matéria escura mesmo em grande escala afeta fortemente o cosmos visível com a sua gravidade.
Por décadas os astrônomos sabem que as galáxias não parecem conter massa suficiente, e portanto gravidade, para prever que as estrelas que as constitui saiam vagando pelo espaço. Da mesma maneira as vastas nuvens galácticas de gás e poeira que são necessárias para formar estrelas e possíveis sistemas solares. Mesmo os buracos negros supermassivos foram descobertos como fracos em termos de manter as galáxias gravitacionalmente unidas. Então em 1970 a astrônoma Vera Rubin e seus colegas publicaram artigos que clamavam pela evidência de algo chamado de matéria escura, que aparentemente permeia as galáxias e explica porque as leis de Newton do movimento que diz respeito a órbita das estrelas parece falhar. A matéria escura permitiu que estrelas como o Sol, que estão localizadas longe do centro galáctico, viagem ao longo de suas órbitas muito mais rápido do que as leis de Newton poderiam prever.
Mas ninguém atualmente viu evidências diretas de partículas que constituem a matéria escura. Ao invés disso, os cientistas precisam procurar pelos efeitos gravitacionais dessa matéria. Isso é o que os astrônomos liderados por Masamune Oguri do Observatório Astronômico Nacional do Japão têm feito, usando a técnica chamada de lente gravitacional. Primeiramente idealizada por Einstein, as lentes gravitacionais demonstram a tendência que objetos muito massivos têm de curvar feixes de luz, neste caso da luz proveniente de galáxias distantes, que passam pelo seu campo de atração gravitacional.
Oguri e seus colegas empregaram o Telescópio Subaru de 8.2 metros localizado no Havaí para medir o efeito de lente da matéria escura em 18 aglomerados de galáxias localizados em várias parte do céu com uma distância média de 3 bilhões de anos-luz. Como a equipe relatou na edição do Monthly Notices da Royal Astronomical Society, todos os 18 aglomerados, cada um contendo milhares de galáxias, possuem grandes aglomerados de matéria escura. E todos esses aglomerados chamados de halos são achatados como bolas de futebol americano, com o seu eixo horizontal na maioria dos casos duas vezes maior que na vertical, isso ocorre devido a distribuição e forma das galáxias que formam os aglomerados.
Isso é um ponto significante, diz Oguri. Isso significa que a matéria escura conforme os modelos que traçam sua estrutura em grande escala retornam à física do Big Bang. Os modelos prevêem a forma alongada e a perda de interação com a matéria visível. Se a matéria escura foi afetada gravitacionalmente pela matéria ordinária, então a forma dos halos iriam variar dependendo da distribuição das galáxias.
O resultado do artigo vem de uma boa análise de alguns dados especialmente bons e valioso. Esse é um artigo significante e representa um avanço sobre os trabalhos anteriores, os quais não poderiam distinguir os halos de matéria escura de aglomerados individuais. Os cientistas chamam a atenção para o fato de que as contas podem não fechar no fato de como a massa dos aglomerados de galáxias afetam a matéria escura. Para poder detectar tal influência serão necessárias medidas mais precisas das que foram feitas até os dias de hoje.
Fonte:
http://news.sciencemag.org/sciencenow/2010/04/dark-matter-halos-look-a-bit-lik.html