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18 de dezembro de 2024

Gigantesco Aglomerado de Galáxias Perturba o Oceano Cósmico

O Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA capturou uma imagem impressionante de um vasto aglomerado de galáxias, chamado eMACS J1823.1+7822, que se esconde no centro da imagem. Semelhante a um monstro marinho submerso causando ondas na superfície, essa criatura cósmica pode ser identificada pelas distorções no espaço-tempo ao seu redor. Neste artigo, discutiremos a importância desse aglomerado de galáxias, seu efeito nas galáxias vizinhas e o papel das lentes gravitacionais na pesquisa astronômica.

Localizado a quase nove bilhões de anos-luz de distância na constelação Draco, o eMACS J1823.1+7822 é um dos cinco aglomerados de galáxias excepcionalmente massivos explorados pelo Hubble. O objetivo dessas observações é medir a força das lentes gravitacionais e fornecer informações sobre a distribuição de matéria escura nos aglomerados de galáxias.

A presença do aglomerado eMACS J1823.1+7822 causa um fenômeno conhecido como lente gravitacional. A enorme massa do aglomerado curva o espaço-tempo, fazendo com que a luz das galáxias de fundo seja desviada e apareça distorcida em faixas e arcos de luz. Essa distorção permite aos astrônomos estudar a distribuição de matéria escura nos aglomerados de galáxias e entender melhor o papel que desempenha na formação e evolução dessas estruturas cósmicas.

As lentes gravitacionais criadas por aglomerados de galáxias massivos, como o eMACS J1823.1+7822, atuam como telescópios naturais gigantes. Elas ampliam objetos que, de outra forma, seriam muito fracos ou distantes para serem resolvidos pelos telescópios atuais. Isso permite aos astrônomos estudar galáxias distantes e melhorar nossa compreensão do universo em expansão.

A imagem do aglomerado eMACS J1823.1+7822 é uma composição de dados de oito filtros diferentes e dois instrumentos do Hubble: a Advanced Camera for Surveys (ACS) e a Wide Field Camera 3 (WFC3). Ambos os instrumentos têm a capacidade de observar objetos astronômicos em apenas uma pequena fração do espectro eletromagnético usando filtros. Esses filtros permitem aos astrônomos capturar imagens de objetos em comprimentos de onda selecionados com precisão.

A combinação de observações em diferentes comprimentos de onda permite aos astrônomos desenvolver uma visão mais completa da estrutura, composição e comportamento de um objeto do que a luz visível isoladamente revelaria. Essa abordagem de observação multicomprimento de onda ajuda a aprimorar nossa compreensão dos processos cósmicos e das propriedades físicas das galáxias e aglomerados de galáxias.

Além das galáxias distorcidas pelo efeito de lente gravitacional, a imagem do eMACS J1823.1+7822 também apresenta várias outras galáxias vizinhas ao aglomerado. Essas galáxias fornecem informações adicionais sobre a dinâmica e a evolução dessas estruturas cósmicas massivas. Além disso, a imagem também mostra algumas estrelas em primeiro plano com picos de difração característicos, espalhadas pela cena.

O aglomerado de galáxias eMACS J1823.1+7822, capturado pelo Telescópio Espacial Hubble, é uma descoberta notável que permite aos astrônomos estudar os mistérios do universo em expansão e a distribuição de matéria escura nos aglomerados de galáxias. Através do fenômeno das lentes gravitacionais e da combinação de dados em diferentes comprimentos de onda, os pesquisadores podem aprofundar nossa compreensão das estruturas cósmicas e de sua evolução ao longo do tempo.

A pesquisa em aglomerados de galáxias, como o eMACS J1823.1+7822, tem o potencial de desvendar novos segredos sobre a natureza do universo e fornecer informações valiosas sobre a origem e a evolução das galáxias. À medida que continuamos a explorar esses objetos astronômicos distantes e extraordinários, somos constantemente lembrados da vastidão do cosmos e de nossa busca incansável pelo conhecimento.

Fonte:

https://esahubble.org/images/potw2319a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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