Grandes galáxias como a Via Láctea frequentemente são circundadas por galáxias menores chamadas de galáxias anãs. A teoria geralmente aceita é que os efeitos gravitacionais da matéria escura, o material não detectado que faz parte de 27% do universo, deveria garantir uma distribuição aleatória das galáxias anãs na órbita das galáxias maiores.
A Via Láctea, e a galáxia de Andrômeda foram pensadas como exceções a essa regra, apresentando galáxias anãs arranjadas em planos discoides. Novas descobertas feitas por uma equipe liderada por Oliver Müller do Departamento de Física da Universidade de Basel, indicam que esse pode ser um fenômeno mais espalhado.
A equipe de Müller estudou as galáxias satélites orbitando a Centaurus A, uma galáxia familiar localizada a cerca de 13 milhões de anos-luz de distância da Terra, e descobriu que essas galáxias menores estavam alinhadas em um planao perpendicular à galáxia principal. Estudando o efeito Doppler para determinar o movimento, a equipe descobriu de 14 a 16 galáxias que parecem girar no mesmo plano. Os modelos computacionais da matéria escura previam que somente uma pequena fração, meio por cento, das galáxias satélites deveriam exibir esse tipo de alinhamento.
“Movimentos coerentes parecem ser um fenômeno universal que demanda novas explicações”, disse Müller. Dado ao alinhamento ordenado que nós temos vistos em 3 grandes galáxias, a coincidência parece algo pouco provável.
As observações são “inconsistentes com mais de 99% das galáxias comparáveis nas simulações”, disse o autor. “A Centaurus A, a Via Láctea e Andrômeda, todas possuem um sistema de galáxias satélites altamente improvável. Essa evidência observacional sugere que algo posso estar errado com as simulações cosmológicas padrões”.
Müller disse, que as observações reforçam a ideia de que as galáxias satélites são formadas quando duas galáxias maiores colidem e as forças de maré ejetam detritos.
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