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Formação de Estrelas na Região DR21

Escondido por trás de um escudo de poeira na constelação de Cygnus está um berçário estelar chamado de DR21, que está dando origem a algumas das estrelas mais massivas de nossa galáxia. Imagens na luz visível não revelam traços desses nascimentos estelares devido à pesada poeira que obscurece a visão. De fato, a luz visível é atenuada na DR21por um fator de mais de 10000000000000000000000000000000000000, ou seja, dez mil trilhões de septilhões. Novas imagens do Telescópio Espacial Spitzer da NASA nos permite espiar atrás desse véu cósmico e apontar observando o nascimento de uma das estrelas mais massivas na nossa galáxia. A estrela nunca antes vista é 100000 vezes mais brilhante que o Sol. Também foi revelado pela primeira vez o poderoso fluxo de gás quente que emana dessa estrela e se espalha através da gigantesca nuvem molecular. A imagem colorida (painel superior) é uma composição em grande escala que integra dados coletados de diferentes comprimentos de onda. Os dados obtidos através dos comprimentos de onda do visível aparecem em azul, a luz do infravermelho próximo é apresentada em verde, e os dados do infravermelho intermediário obtidos pela InfraRed Array Camera (IRAC) a bordo do Telescópio Espacial Spitzer da NASA é mostrada em vermelho. O resultado é a identificação de um contraste entre as estruturas vistas na luz visível (azul)  e aquelas observadas no infravermelho (amarelo e vermelho). Uma rápida olhada mostra que a maior parte da ação nessa imagem é revelada para os olhos únicos do Spitzer. A imagem cobre uma área aproximadamente igual a duas luas cheias. Cada dado que foi usado para compor o mosaico maior é mostrado abaixo dele. A imagem do Digital Sky Survey (DSS) à esquerda, fornece uma visão familiar do espaço profundo, com as estrelas espalhadas ao redor do campo escuro. A tonalidade avermelhada é proveniente do gás aquecido pelas estralas na região. Essa fluorescência diminui na imagem do infravermelho próximo feita pelo Two-Micron All Sky Survey (2MASS) na parte central inferior, mas outras feições começam a aparecer através das nuvens de poeira obscurecidas, agora mais transparente. Muitas outras estrelas são discernidas nessa imagem, pois a luz do infravermelho próximo consegue atravessar parte da nuvem de poeira interestelar que obscurece a imagem. É possível notar que algumas estrelas que parecem muitos brilhantes na imagem feita com a luz visível são anuladas na imagem do infravermelho próximo onde outras estrelas se tornam mais proeminentes. As nebulosas embebidas reveladas na imagem do Spitzer são somente observadas nesta imagem. A imagem do Spitzer (canto inferior direito) fornece um vivido contraste às outras imagens componentes, revelando complexas regiões de formação de estrela e estruturas de grande escala até então escondidas da nossa visão. A imagem final do Spitzer é composta por fotos obtidas em quatro comprimentos de onda: 3.6 mícron (azul), 4.5 mícron (verde), 5.8 mícron (laranja) e 8 mícron (vermelho). A nuvem infravermelha mais brilhante próximo a parte superior central corresponde à DR21, que presumidamente contém um aglomerado de estrelas recém formadas numa distância aproximada de 10000 anos-luz. Os filamentos vermelhos que se esticam através da imagem do Spitzer denota a presença de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Essa moléculas orgânicas compostas de carbono e hidrogênio são excitadas pela radiação interestelar ao redor e tornam-se luminescentes próximo de 8 mícron. O padrão complexo dos filamentos é causado pela intrigante combinação da pressão de radiação, gravidade e campos magnéticos. O resultado é a uma tapeçaria onde ventos, fluxos e turbulência se movimentam dando forma ao meio interestelar.

Fonte:

http://www.nasaimages.org/luna/servlet/detail/nasaNAS~12~12~64221~168646:Star-Formation-in-the-DR21-Region?

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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