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Foguete Chinês Long March 2D Leva Satélite Gaofen-9 (05) Para a Órbita

A China acaba de lançar mais um satélite para o sistema de sensoriamento remoto Gaofen-9. O satélite Gaofen-9 (05) foi lançado no sábado dia 22 de agosto de 2020, 23:27:04, hora de Brasília, usando um foguete Long March-2D – Chang Zheng-2D – (Y57), desde a plataforma de lançamento LC43/94.

Esse foi o lançamento de número 343 de um veículo da família Long March que também levou o satélite Tiantuo-5 e um satélite multi-funcional de teste Duo Gongeng Shiyan Weixing.

O Gaofen-9 é uma série de satélites de sensoriamento remoto óptico que opera junto com outros satélites da série Gaofen para formar um sistema de observação da Terra.

Como normalmente é informado pela mídia chinesa, o satélite será usado geralmente para realizar pesquisas terrestres, planejamento de cidades, desenho de estradas, monitoramento de plantações, prevenção e mitigação de desastres.

Gaofen, que significa Alta Resolução, em chinês é um programa civil de satélites de observação da Terra, desenvolvido e lançado para o programa financiado pelo estado chinês e chamado de China High-definition Earth Observation System (CHEOS).

O primeiro satélite da série Gaofen-9 entrou em órbita em 14 de setembro de 2015, por um foguete Long MArch-2D lançado desde Jiuquan. Todos os foguetes seguintes da série foram lançados desse mesmo local usando um Long March-2D, em 31 de maio (Gaofen-9(02)), 17 de junho (Gaofen-9(03)), e 6 de agosto (Gaofen-9(04)).

Junto com o Gaofen-9 (05), a China também lançou o satélite Tiantuo-5 e o Duo Gongeng Shian Weixing, um satélite multi-funcional de teste.

Desenvolvido pela Universidade Nacional de Defesa e Tecnologia, o Tiantuo-5 irá testar e verificar a tecnologia de coleta de dados para navios, aviões, bóias e para a internet das coisas.

O primeiro satélite Tiantuo foi lançado em 10 de maio de 2012, e foi um nanossatélite de 9.3 kg, construído pela Universidade Nacional de Defesa e Tecnologia. O satélite realizou experimentos de imageamento óptico, detecção de da intensidade de oxigênio atômico na órbita, além de receber sinais do sistema automático de identificação marinha, o AIS.

O Tiantuo-2 foi lançado em 8 de setembro de 2014 e tinha 67 kg, era considerado um microssatélite de observação da Terra, também construído pela mesma universidade. O satélite foi equipado com 4 câmeras de vídeo para transmissões em tempo real e com um sistema ativo de rastreamento de alvos terrestres através de comandos enviados remotamente ou em tempo real via internet.

Em 19 de setembro de 2015 o Tiantuo-3, um pequeno satélite também construído pela mesma universidade foi lançado para realizar uma demonstração de tecnologia. As principais cargas, foram, um sistema de identificação automática, um receptor de sinal, um receptor de sinal de alvo de aviação automático ADS-B e um sistema de monitoramento de incêndios.

Já o satélite de teste multifuncional foi desenvolvido pela Academia de Ciências Militares e irá testar e verificar as tecnologias como a comunicação, navegação e sensoriamento remoto em órbita.

O Long March 2D, ou Chang Zheng-2D, é um foguete de dois estágios desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Voos Espaciais de Shanghai. Ele é usado principalmente para lançar satélites que vão para a órbita baixa da Terra.

O Long March 2D pode lançar 1300 kg de carga numa órbita SSO de 645 km de altura.

Esse foguete compartilha os mesmos primeiro e segundo estágio do Chang Zheng-4, embora o segundo estágio apresente um compartimento de equipamentos melhorado.

No lançamento, o Long March 2D desenvolve 2961.6KN de empuxo, com o primeiro estágio movido com o motor YF-21C que consome 183200 kg de N2O4/UDMH. O foguete tem uma massa no lançamento de 232250 kg.

O segundo estágio tem uma massa no lançamento de 39550 kg, com seu motor YF-24C consumindo 35550 kg de N2O4/UDMH.

O Long March 2D pode usar dois tipos de carenagens dependendo da carga que está levando. A carenagem Tipo A tem 2.9 metros de diâmetro e a carenagem do Tipo B tem 3.35 metros de diâmetro.

O primeiro voo do Long March 2D aconteceu em 9 de agosto de 1992, sendo lançado desde o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, levando para a órbita da Terra o Fanhui Shei Weixing-2-1.

O Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, fica em Ejin-Banner, um condado no Alashan League da Região Autônoma Interna da Mongólia, e foi o primeiro centro de lançamento de satélites da China, ele também é conhecido como Centro de Lançamento Shuang Cheng Tze.

O local inclui um centro técnico, dois complexos de lançamentos, um centro de comando e de controle, centro de controle de lançamento, sistemas de abastecimento de propelente, sistemas de rastreamento e comunicação, sistemas de suprimentos de gás, sistema de previsão de tempo e sistema de suporte de logística.

O Jiuquan foi originalmente usado para lançar satélites científicos e recuperáveis nas órbitas baixa e média da Terra, com altas inclinações. Todas as missões tripuladas chinesas foram lançadas de Jiuquan.

O complexo de Lançamento LC-43, também conhecido como South Launch Site, ou SLS, está equipado com duas plataformas de lançamento, a 91 e a 94. A Plataforma de Lançamento 91 é usada para o programa tripulado e para o lançamento do Long March-2F com a Shenzhou e a Tiangong.

A plataforma de lançamento 94 é usada para lançamentos orbitais não tripulados com o Long March-2C, o Long March-2D e o Long March-4C.

Outras zonas de lançamento são usadas para o lançamento da Kuaizhou, do Long March-11 e de veículos comerciais usando motores movidos a combustível sólido.

Fonte:

https://www.nasaspaceflight.com/2020/08/long-march-2d-lofts-gaofen-9-05/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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