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Fenômeno Atmosférico Glory É Observado nas Nuvens de Vênus

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observatory_1501052Uma feição parecida com um arco-íris, conhecida como “glory”, foi vista pela sonda da ESA Venus Express na atmosfera do nosso vizinho mais próximo – a primeira vez que se observa um fenômeno atmosférico como esse em outro planeta.

Arco-íris e glories, ocorrem quando a luz do Sol ilumina as gotículas nas nuvens – no caso da Terra, partículas de água. Enquanto que os arco-íris arqueiam por uma vasta região no céu, os glories são fenômenos muito menores e compreende uma série de anéis concêntricos centrados num centro brilhante.

Os glories só são vistos quando o observador está situado diretamente entre o Sol e a nuvem de partículas que refletem a luz do Sol. Na Terra, esse fenômeno é visto de aviões, ao redor da sombra das aeronaves nas nuvens abaixo, ou ao redor das sombras de montanhistas no topo úmido de picos elevados.

Um glory necessita de duas características: a nuvem de partícula precisa ser esférica, as gotículas precisam ser líquidas e elas precisam ter aproximadamente o mesmo tamanho.

A atmosfera de Vênus é pensada como contendo gotículas ricas em ácido sulfúrico. Imageando as nuvens com o Sol diretamente atrás da sonda Venus Express, os cientistas esperavam detectar um glory com o objetivo de determinar importantes características das gotículas das nuvens.

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E eles tiveram sucesso. O glory nas imagens aqui apresentadas foi visto no topo das nuvens de V6enus, a 70 quilômetros acima da superfície do planeta, no dia 24 de Julho de 2011. O glory tem 1200 quilômetros de largura e foi visto pela sonda a 6000 quilômetros de distância.

A partir das observações, as partículas das nuvens têm aproximadamente 1.2 micrômetros de diâmetro, aproximadamente um quinto da largura de um fio de cabelo humano.

O fato do glory ter 1200 km de largura significa que as partículas nos topos das nuvens são uniformes, pelo menos, nessa escala.

As variações do brilho dos anéis do glory observado, são diferentes do que aquelas esperadas das nuvens formadas somente por ácido sulfúrico misturado com água, o que sugere que outro elemento químicos deve estar agindo nas nuvens venusianas.

Uma ideia é que a causa seja um absorvente-UV, um componente atmosférico desconhecido responsável pela misteriosas marcas escuras vistas nos topos das nuvens de Vênus nos comprimentos de onda do ultravioleta. Logicamente um maior esforço de pesquisa precisa ser feito para que se tenha uma decisão conclusiva.

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Fonte:

http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Venus_Express/Venus_glory

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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