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Falha Responsável Pelo Terremoto no Japão Pode Ter se Deslocado em 40 metros

As últimas notícias do terremoto que atingiu o Japão no dia 11 de Março de 2011 sugere que, apesar de tudo que se viu e falou e foi na verdade bem pequeno, pelo menos de um dos pontos de vista geológico.

Isso significa que, a área da falha que sofre ruptura foi pequena, algo entre 300 e 400 quilômetros. Para se ter uma base de comparação, o terremoto de magnitude 9.1 na Sumatra em 2004 causou ruptura na área da falha de 1300 km de comprimento.

Como então o terremoto foi tão poderoso e causou tantos estragos? O que a falha perdeu em tamanho quando as duas placas tectônicas adjacentes escorregaram foi algo em torno de 40 metros. Esse cálculo foi feito por Chen Ji da University of California em Santa Cruz. Na figura abaixo a coloração vermelha indica um escorregamento de 40 metros.

Para chegar a essa impressionante figura, dados da chegada das ondas sísmicas nas estações ao redor do mundo foram analisados e então foram invertidos, assim é possível por meio do estudo das ondas sísmicas saber exatamente onde ao longo da falha a energia sísmica foi gerada.

Como o terremoto acabou de acontecer, o trabalho de Ji é preliminar. Seus cálculos sugerem que uma área de 300  a 400 quilômetros de comprimento por 100 quilômetros de largura escorregou aproximadamente 40 metros. O USGS estimou esse valor em 20 metros. Para obter esse valor basta observar no mapa acima as fronteiras superioeres e inferiores e então entender onde essa falha cairá.

Por outro lado, esse movimento aparente pode ser considerado um dos maiores movimentos de falha já vistos. Além disso essa ruptura terá consequências em todos os futuros sismos na região, sendo que à medida que a tensão seja lançada durante o terremoto provavelmente afetará as falhas próximas.

“Não há dúvidas de que o tremor aumentou as condições de tensão e a chance potencial de se observar novas rupturas na falha tanto a norte como a sul de onde o evento principal foi registrado”.

Quando passar esse caos atual, os pesquisadores poderão recolher todos os dados de milhares de pontos de monitoramento e então surgirá imagens com detalhes sem precedentes de como o tremor espalhou sua energia pela região.

Fonte:

http://www.newscientist.com/blogs/shortsharpscience/2011/03/giant-quake-was-small-for-its.html

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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