Após um período de relativa calmaria nas últimas semanas, a nossa estrela está agitada novamente. O Sol liberou uma série de flares de média intensidade, enquanto também enviou em direção à Terra uma ejeção de massa coronal de alta velocidade.
Colocando tudo na mesma conta, significa que o sol está atualmente emitindo todo o tipo de partículas para a Terra, e que existe a chance muito grande de sermos atingidos nos próximos dias na forma do que conhecemos como uma tempestade geomagnética.
Parte dessa atividade já foi sentida na Terra. Um trio de flares de Classe-M foram ejetadas do Sol nessa segunda-feira, dia 15 de agosto de 2022, e pelo fato do material emitido pelas flares viajar pelo espaço na velocidade da luz, minutos depois as partículas atingiram a Terra, causando algum blackout na comunicação de rádio, que foi relatado por pilotos, marinheiros e outros operadores de rádio no Oceano Atlântico e na América do Norte.
Já o material da Ejeção de Massa Coronal, que foi ejetado da atmosfera do Sol por uma explosão de plasma negro, viaja mais lentamente pelo espaço e deve atingir a Terra entre quarta e quinta-feira, dias 17 e 18 de agosto de 2022, de acordo com o Centro de Previsão do Clima Espacial da NASA e do NOAA.
O astrônomo Tony Phillips descreveu o evento como o Sol emitindo uma pluma de plasma frio e escuro no espaço, seguindo de uma explosão ao redor da região ativa que contém manchas solares AR 3076. Viajando a mais de 600 km/s a pluma atravessou a atmosfera externa do Sol criando uma ejeção de massa coronal, ou uma CME.
Esse material pode causar tempestades geomagnéticas de escala pequena a moderada, quando colidir com a magnetosfera da Terra, e isso pode perturbar um pouco o sinal de satélites e outros meios de comunicação, mas o efeito mais importante, serão as belas auroras que devem iluminar os céus.
A mancha solar que produziu essa explosão de plasma escuro, que é chamada de AR 3076, é um pouco incomum já que a sua polaridade é reversa em comparação com cerca de 97% de todas as outras manchas solares.
A NASA criou um mapa magnético da mancha solar que mostra polaridades opostas justapostas o que pode levar até a explosão de uma flare de Classe-X.
Vale lembrar que toda essa atividade solar está apenas começando. O Sol está atualmente começando o período de máxima atividade do seu Ciclo 25. Os astrônomos começaram a mapear os ciclos solares de 11 anos nos anos 1700, e dessa vez, nós estamos preparados com os melhores equipamentos para acompanhar o pico desse ciclo.
Em algum ponto entre 2023 e 2025, o número de manchas solares, de flares e de CMEs irá aumentar e muito e depois disso, a atividade começa a diminuir novamente limpando o disco solar.
O grande problema sobre os ciclos solares é que é muito complicado prever como ele será, se ele será intenso ou não, se o número de manchas será maior do que o ciclo anterior, se teremos muitas flares, ou CMEs, os astrônomos ainda não sabem como prever esse comportamento. O mais importante é que nós poderemos acompanhar como nunca esse ciclo solar. Hoje temos missões espaciais e telescópios em Terra dedicados a observar o Sol. Vamos acompanhar.
Fonte:
https://www.forbes.com/sites/ericmack/2022/08/15/a-dark-plasma-explosion-on-the-sun-may-trigger-a-geomagnetic-storm-this-week/?sh=1efb7e65391b