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24 de dezembro de 2024

Explorando Os Pilares Da Criação Com Raios-X

A Nebulosa da Águia, também conhecida como Messier 16, contém o jovem aglomerado de estrelas NGC 6611. Ela também é o local da espetacular região de formação de estrelas conhecida como Os Pilares da Criação, que estão localizados na porção sul da Nebulosa da Águia.

Essa nova imagem composta, mostra a região ao redor dos Pilares, que estão localizados a cerca de 5700 anos-luz de distância da Terra. A imagem combina, dados de Raios-X do Observatório de Raios-X Chandra da NASA e dados ópticos do Telescópio Espacial Hubble. A imagem óptica, feita com os filtros que enfatizam o gás e a poeira interestelar, mostra a nebulosa marrom empoeirada imersa numa névoa azul-esverdeada, e com poucas estrelas que aparecem como pontos rosas na imagem. Os dados do Chandra revelam os raios-X da atmosfera externa quente das estrelas. Nessa imagem, os raios-X de baixa, média e alta energia detectados pelo Chandra, foram coloridos de vermelho, verde e azul respectivamente.

Usando o Chandra, os pesquisadores detectaram mais de 1700 fontes individuais de raios-X na Nebulosa da Águia, somente uma fração é vista nesse pequeno campo de visão. Identificações ópticas e infravermelhas com estrelas foram usadas para eliminar fontes tanto de fundo como de primeiro plano e então determinar que mais de dois terços das fontes são provavelmente estrelas jovens que são membros do aglomerado NGC 6611.

A habilidade única do Chandra em resolver e localizar fontes de raios-X fez possível identificar centenas de estrelas bem jovens, e algumas que ainda estão em processo de formação, as chamadas protoestrelas. As observações em infravermelho do Telescópio Espacial Spitzer da NASA e do ESO, indicaram que 219 das fontes de raios-X na Nebulosa da Águia são estrelas jovens circundadas pelos discos de poeira e gás e que 964 são estrelas jovens sem esses discos.

Combinados com as observações do Chandra, os dados mostram que a atividade de raios-X nas estrelas jovens com disco é, na média, poucas vezes menos intensa que nas estrelas jovens sem discos. Esse comportamento provavelmente se deve à interação do disco com o campo magnético da estrela. Boa parte da matéria nos discos ao redor dessas protoestrelas eventualmente serão soprados para longe pela radiação de suas estrelas, mas, em certos casos, alguns podem formar planetas.

Na imagem, algumas das fontes de raios-X parecem estar localizadas nos Pilares.

Contudo, uma análise da absorção de raios-X dessas fontes, indica que quase todas as fontes pertencem à Nebulosa da Águia e não estariam imersas nos Pilares.

Três fontes de raios-X parecem estar localizadas perto da ponta do maior Pilar. Observações em infravermelho mostraram que uma protoestrela contendo entre 4 e 5 vezes a massa do Sol está localizada perto de uma dessas fontes, a fonte azul perto da ponta do pilar. Essa fonte exibe uma forte absorção dos raios-X de baixa energia, consistente com a localização dentro do Pilar. Argumentos similares, mostram que uma das fontes está associada com uma estrela sem disco fora do Pilar, e uma é um objeto de primeiro plano.

Um artigo de Mario Guarcello, atualmente no National Institute for Astronomy da Itália, e de seus colegas, descreve os resultados dessa nova pesquisa sobre a Nebulosa da Águia e os Pilares da Criação.

O Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O Smithsonian Astrophysical Observatory em Cambridge, Massachusetts, controla as operações de voo e de ciência do Chandra.

Crédito da Imagem: NASA/CXC/INAF/M.Guarcello et al.; Optical: NASA/STScI

Fonte:

[https://www.nasa.gov/mission\_pages/chandra/images/x-ploring-the-eagle-nebula-and-pillars-of-creation.html]

Artigo:

[https://arxiv.org/abs/1205.2111]

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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